terça-feira, fevereiro 14, 2006

Templo (Tiruvanamalai - Est. Tamil Nadu)


Estadia em Tiruvanamalai no Ashram de Ramana Maharshi, duas noites. Tem sido uma descoberta interessante, Ramana viveu aqui, porque queria estar perto do templo e próximo do Monte de Arunachala, monte sagrado onde Shiva apareceu como coluna de fogo...
Ramana viveu vários anos neste monte, numa pequena gruta, onde praticava meditação e escreveu vários livros... é tido como uma grande referência, quer por orientais, quer por ocidentais que aqui vêm.
Em volta do monte faz-se uma caminhada peregrina de 14 Kms, nos dias de lua cheia que este mês foi no domingo passado, na qual também participei com o Fernando. O Fernando é um brasileiro que conheci (por acaso, ou não) com quem foi muito positivo conversar. Um abraço para o Fernando.
LER COMENTARIO DESTE "POST" - PENSAMENTOS DE RAMANA MAHARSHI
OBRIGADO :)

2 comentários:

Anónimo disse...

«D. - É útil o voto de silêncio?

R.M. - O silêncio interior é a entrega ao Eu superior. E isso é viver sem o sentido do ego.

D. - A solidão é necessária ao sannyãsin (asceta, aquele que renuncia)?

R.M. - A solidão está na mente do homem. É possível estar em plena vida mundana, mantendo-se, contudo, a serenidade perfeita da mente; tal pessoa está sempre em solidão. Outra pessoa pode permanecer na floresta e, ainda assim, ser incapaz de controlar sua mente. Não se pode dizer que esteja em solidão. A solidão é uma atitude da mente; o homem apegado às coisas da vida não pode alcançar a solidão, onde quer que esteja. Um homem desapegado está sempre em solidão.

D. - O que é mouna?

R.M. - É o estado que transcende a linguagem e o pensamento, é meditação sem atividade mental. A subjugação da mente é meditação; a meditação profunda é a linguagem eterna. O silêncio é a linguagem eterna; é o fluxo perene da "linguagem". Ele é interrompido pela fala; pois as palavras obstruem esta linguagem silenciosa. Palestras podem entreter os indivíduos durante horas sem que estes progridam. O silêncio, por outro lado, é permanente e beneficia toda a humanidade... através do silêncio, chega-se à eloqüência. Palestras não são tão eloqüentes quanto o silêncio. O silêncio é a eloqüência incessante. O silêncio é a melhor linguagem. Existe um estado em que cessam as palavras e prevalece o silêncio.

D. - Então, como comunicar nossos pensamentos a outra pessoa?

R.M. - Tal necessidade só surge quando existe o sentido de dualidade.

D. - Por que Bhagavan não prega a Verdade às pessoas em geral?

R.M. - Como sabe que não estou fazendo isso? Pregar consiste em subir a uma plataforma e fazer discursos bombásticos? Pregar é a simples transmissão do Conhecimento; só pode ser realizada realmente em silêncio. O que pensa de um homem que escuta um sermão durante uma hora e vai embora sem que o sermão tenha causado impressão suficiente para mudar sua vida? Compare-o a outro, que senta-se na presença divina e algum tempo depois afasta-se com a perspectiva de vida inteiramente modificada. O que é melhor, pregar em voz alta sem obter qualquer efeito ou sentar-se em silêncio, enviando a força interior para o exterior?

Novamente, como surge o discurso? Existe o Conhecimento abstrato, de onde surge o ego, que por sua vez dá origem ao pensamento, e o pensamento à palavra falada. Assim, a palavra é a grande meta da Fonte original. Se a palavra pode produzir efeitos, julgue por si mesmo, como deve ser tão mais poderosa a Pregação através do Silêncio! Todavia, as pessoas não compreendem essa verdade simples e evidente, a Verdade de sua experiência diária, sempre presente, eterna. Esta Verdade é a do Eu superior. Existe alguém que não tenha consciência do Eu superior? Mas eles nem mesmo gostam de ouvir esta Verdade, embora mostrem-se ansiosos por conhecer o que existe além, o céu, o inferno e a reencarnação.

Como amam o mistério e não a Verdade, as religiões atendem a ele, até que finalmente chegam ao Eu superior. Sejam quais forem os métodos adotados, você acaba por retomar ao Eu superior; então, por que não habitar o Eu superior aqui e agora? O Eu superior é necessário para que exista um espectador ou mesmo para especular sobre o outro mundo; portanto, eles não são diferentes do Eu superior. Até mesmo o homem desconhecedor ao ver os objetos enxerga apenas o Eu superior.»

Ensinamentos Espirituais - Ramana Maharshi - Editora Cultrix

Impermanencia disse...

Rui,

Bom saber que conseguistes seu objetivo na India. Lembrei de você quando estive em Lisboa em outubro de 2006. Este ano devo ir a Lisboa e India e espero poder ver-lo.

Um abraço e muita paz nestes tempos impermanentes.

Fernando