A Índia trouxe novas necessidades que se foram manifestando num desacelerar progressivo, em que a razão de tal se deve a um crescente desinteresse em relação ao mundo exterior, e um crescente reconhecimento que a Fonte se encontra no Interior...
A compreensão de que a meditação é uma das melhores formas de contactar este mesmo Interior levou-me a Inglaterra, ao mosteiro de Amaravati, para o retiro de Inverno.
Foi um privilégio poder ouvir os ensinamentos de Ajahn Sumedho sobre a "Plena Atenção" integrado nas "Quatro Nobres Verdades" de Buddha. Viver nesta comunidade foi uma oportunidade única para a pratica da meditação, conhecimento da tradição Theravada, serviço na comunidade e como brinde especial o contacto com a comunidade de monásticos Portugueses que ali se encontram, que muito têm contribuído para que o Budismo se faça presente também em Portugal.
Para além das práticas e trabalhos na comunidade, lembro os passeios e conversas sempre interessantes nos enlameados caminhos pedestres de Inglaterra, onde veados, esquilos, coelhos... nos espreitavam atentos; ou a presença da neve trazia uma candura acrescida descendo sobre Amaravati como bênções e despertando a vontade de moldar aquela neve, que por momentos deixou realizar um desejo de criança, quando pude fazer um boneco de neve com quase 2 m de altura. Devo dizer que a criança ficou cansada, mas especialmente feliz!
É praticamente impossível em poucas linhas falar de uma experiência que durou praticamente um ano, com estadia em dois mosteiros: Amaravati e Chithurst e uma pequena passagem por Portugal.
Todo este contacto com o Budismo Theravada é fechado com chave de ouro, pois coincidência (ou não) todas as circunstâncias se juntaram para que pudesse acompanhar a visita de Ajahn Sumedho a Portugal, no final do ano de 2007.
Por todos os motivos foi um enorme prazer vivenciar com o meu amigo Dhammiko (monge) e Ajahn Sumedho, a quem podia prestar os meus humildes serviços, que passaram pela preparação de um arrozinho de coentros com cenouras, (que devia ficar cremoso) e o sumo de cenoura para o pequeno almoço (...) conduzir, algumas compras, entre outras coisas menores.
Posso dizer que me sentia um discípulo feliz. Mais que servir o Guru, algo muito considerado no Oriente e de uma profundidade nem sempre compreendida pelo 'Ocidental', o facto de estarmos na mesma casa permitiu partilhar muito mais que o mesmo teto, mas também muitas ideias, vivencias, esclarecer duvidas e vê-lo sempre bem-disposto com o seu sorriso único. Só de ouvir aquele sorriso aberto e profundo, como se ali dentro estivesse uma criança que se sente livre para rir ternamente das suas e das limitações humanas em geral é suficiente para fazer-nos reflectir no ridículo de muitas das nossas ideias, por vezes tal causadoras de tantas ansiedades, tensões, preocupações desnecessárias, dores... etc. etc. O Poder do riso: quão forte é!
Site do mosteiro de Amaravati: http://www.amaravati.org/abmnew/index.php
Site do mosteiro de Chithurst: http://www.cittaviveka.org/
Namaste
sábado, maio 31, 2008
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2 comentários:
estou muito feliz por ti! estás no caminho da sabedoria! Parabéns!
Sandra
Sempre simpatica! :)
Eu bem que a busco, mas ela bem que se me escapa. :)
Rui
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