(Transcrevo a introdução do Lonely Planet)
"Varanasi, cidade de Shiva, é das mais sagradas cidades da Índia. Os peregrinos Hindus vêm aqui lavar os seus pecados no Ganges. Varanasi anteriormente chamada Benaras e Kashi (cidade da Luz) foi sempre um auspicioso local para morrer, visto que expirar aqui oferece Moksha - libertação do ciclo de nascimento e morte.
A cidade é o centro do universo Hindu, local de transição entre o mundo físico e espiritual, sendo o Ganges visto como um rio de salvação e eternidade, fluindo permanentemente; símbolo de esperança para gerações do passado, presente e futuro.
A mágica, mas por vezes opressiva cidade, é onde ocorrem os mais profundos rituais de Vida e de morte, nos famosos 'Gates'.
A acessibilidade às práticas que vêm de passados distantes, parecem não ter sofrido o efeito do tempo, é o que seduz muitos dos visitantes."
Hospedei-me no Vishnu Rest House que tem a particularidade de ter, no espaço interno, um templo dedicado a Vishnu, onde os pujas são executados duas vezes por dia. Outra das atracões deste espaço é a vista sobre o Ganges. Foi deste terraço que numa das manhãs vi que a água do Ganges tinha subido cerca de cinco metros! Tinha dificuldade em acreditar; o Ganges passara a ter praticamente o dobro da largura cobrindo agora o imenso areal da outra margem e, caminhar nos Gates tornou-se impossível. As deslocações eram agora feitas pelos minúsculos caminhos existentes na parte mais antiga da cidade. Por vezes, só o facto de ali caminhar é um poderoso exercício de tolerância e paciência... Características estas que por várias vezes pareciam ser testadas em Varanasi. Por exemplo, no 'Gate' das cremações a 'técnica' é convencer os visitantes a dar dinheiro para as famílias mais pobres que não têm posses para comprar lenha. Por vezes é admirável a capacidade de persuasão e estratagemas de certos fulanos!...
O local de cremações, "Manikarnika Ghat", é único e que não me atrevo a descrever... Mas ficam as imagens das grandes pilhas de madeira e os vários corpos a serem cremados em simultâneo...
Nota: Gates - Escadaria que dá acesso ao Ganges. Normalmente usado para rituais de purificação (banhos) e pujas. Existem também os Gates de cremação.
Um dia em Sarnath (Local do primeiro discurso de Buddha)
Se fosse outro o protagonista, seria certamente com satisfação, que riria de uma série de acontecimentos que foram ocorrendo ao longo deste dia: foi o autocarro que não veio, o riquexó (ou rickshaw) que fica sem gasolina (situação resolvida entre sopros para dentro do deposito e empurrar até às bombas, que 'por sorte' não estavam muito distantes), as informações 'esfarrapadas' dos serviços governamentais, o funcionário do museu que quer dinheiro por me ter autorizado tocar numa estátua do Senhor Buddha, do séc. V, que apreciara especialmente; o almoço que não veio e já no outro restaurante era o troco que não vinha... E para finalizar a viajem de regresso a Varanasi tinha tanta água nas ruas (ainda me questiono de onde veio tanta água) que por vezes era mais apropriado um barco do que os riquexós. No final já me ria, que afinal era a única coisa inteligente que podia fazer!
De Sarnath, ficou a tranquilidade do antigo "Parque dos Veados", onde o Senhor Buddha fez o primeiro discurso público; o museu de Sarnath com uma escultura dos "Leões de Ashoka", que é actualmente um dos símbolos da Índia, entre outras peças interessantes.
Um moderno templo, Mulgandha Kuti Vihar, tem belos e expressivos frescos da vida do Senhor Buddha, entre outras atracões.
Novamente em Varanasi e sem especial vontade de andar a ver 'coisas', selecciono de entre os livros que 'carrego', "A Autobiografia de um Yogue", de Paramahansa Yogananda, que havia mais de um ano que ficara em suspenso. Foi com admiração que venho a constatar que vários episódios descritos no livro se passam mesmo ali, a poucos metros do hotel. Descobri a casa de Lahiri Mahasaya (fora Guru do Guru de Yogananda) que passei a visitar diariamente, apesar das obras de melhoramento do edifício.
O livro tem relatos impressionantes e únicos que por muitos motivos é de leitura obrigatória.
Também conheci um curioso Swami com quem tive algumas aulas de Yoga... Não sei ainda se a casa dele é reflexo de total desprendimento das coisas materiais ou expoente máximo de desmazelo; havia objectos no quarto-sala que não eram limpos ou sequer mexidos desde há muitos anos! Seja como for aprendi algumas coisas interessantes... Foi ele que me mostrou uma sobremesa "Dahibarah', que passou a fazer parte da minha dieta diária. "Que delicia!"
Era tempo de seguir... Agora em direcção ao Nepal...
(Como podem ver a publicidade do blogue é muito interessante. :) )
'Que o Puro Amor se Expanda, Agora!'
Rui
"Varanasi, cidade de Shiva, é das mais sagradas cidades da Índia. Os peregrinos Hindus vêm aqui lavar os seus pecados no Ganges. Varanasi anteriormente chamada Benaras e Kashi (cidade da Luz) foi sempre um auspicioso local para morrer, visto que expirar aqui oferece Moksha - libertação do ciclo de nascimento e morte.
A cidade é o centro do universo Hindu, local de transição entre o mundo físico e espiritual, sendo o Ganges visto como um rio de salvação e eternidade, fluindo permanentemente; símbolo de esperança para gerações do passado, presente e futuro.
A mágica, mas por vezes opressiva cidade, é onde ocorrem os mais profundos rituais de Vida e de morte, nos famosos 'Gates'.
A acessibilidade às práticas que vêm de passados distantes, parecem não ter sofrido o efeito do tempo, é o que seduz muitos dos visitantes."
Hospedei-me no Vishnu Rest House que tem a particularidade de ter, no espaço interno, um templo dedicado a Vishnu, onde os pujas são executados duas vezes por dia. Outra das atracões deste espaço é a vista sobre o Ganges. Foi deste terraço que numa das manhãs vi que a água do Ganges tinha subido cerca de cinco metros! Tinha dificuldade em acreditar; o Ganges passara a ter praticamente o dobro da largura cobrindo agora o imenso areal da outra margem e, caminhar nos Gates tornou-se impossível. As deslocações eram agora feitas pelos minúsculos caminhos existentes na parte mais antiga da cidade. Por vezes, só o facto de ali caminhar é um poderoso exercício de tolerância e paciência... Características estas que por várias vezes pareciam ser testadas em Varanasi. Por exemplo, no 'Gate' das cremações a 'técnica' é convencer os visitantes a dar dinheiro para as famílias mais pobres que não têm posses para comprar lenha. Por vezes é admirável a capacidade de persuasão e estratagemas de certos fulanos!...
O local de cremações, "Manikarnika Ghat", é único e que não me atrevo a descrever... Mas ficam as imagens das grandes pilhas de madeira e os vários corpos a serem cremados em simultâneo...
Nota: Gates - Escadaria que dá acesso ao Ganges. Normalmente usado para rituais de purificação (banhos) e pujas. Existem também os Gates de cremação.
Um dia em Sarnath (Local do primeiro discurso de Buddha)
Se fosse outro o protagonista, seria certamente com satisfação, que riria de uma série de acontecimentos que foram ocorrendo ao longo deste dia: foi o autocarro que não veio, o riquexó (ou rickshaw) que fica sem gasolina (situação resolvida entre sopros para dentro do deposito e empurrar até às bombas, que 'por sorte' não estavam muito distantes), as informações 'esfarrapadas' dos serviços governamentais, o funcionário do museu que quer dinheiro por me ter autorizado tocar numa estátua do Senhor Buddha, do séc. V, que apreciara especialmente; o almoço que não veio e já no outro restaurante era o troco que não vinha... E para finalizar a viajem de regresso a Varanasi tinha tanta água nas ruas (ainda me questiono de onde veio tanta água) que por vezes era mais apropriado um barco do que os riquexós. No final já me ria, que afinal era a única coisa inteligente que podia fazer!
De Sarnath, ficou a tranquilidade do antigo "Parque dos Veados", onde o Senhor Buddha fez o primeiro discurso público; o museu de Sarnath com uma escultura dos "Leões de Ashoka", que é actualmente um dos símbolos da Índia, entre outras peças interessantes.
Um moderno templo, Mulgandha Kuti Vihar, tem belos e expressivos frescos da vida do Senhor Buddha, entre outras atracões.
Novamente em Varanasi e sem especial vontade de andar a ver 'coisas', selecciono de entre os livros que 'carrego', "A Autobiografia de um Yogue", de Paramahansa Yogananda, que havia mais de um ano que ficara em suspenso. Foi com admiração que venho a constatar que vários episódios descritos no livro se passam mesmo ali, a poucos metros do hotel. Descobri a casa de Lahiri Mahasaya (fora Guru do Guru de Yogananda) que passei a visitar diariamente, apesar das obras de melhoramento do edifício.
O livro tem relatos impressionantes e únicos que por muitos motivos é de leitura obrigatória.
Também conheci um curioso Swami com quem tive algumas aulas de Yoga... Não sei ainda se a casa dele é reflexo de total desprendimento das coisas materiais ou expoente máximo de desmazelo; havia objectos no quarto-sala que não eram limpos ou sequer mexidos desde há muitos anos! Seja como for aprendi algumas coisas interessantes... Foi ele que me mostrou uma sobremesa "Dahibarah', que passou a fazer parte da minha dieta diária. "Que delicia!"
Era tempo de seguir... Agora em direcção ao Nepal...
(Como podem ver a publicidade do blogue é muito interessante. :) )
'Que o Puro Amor se Expanda, Agora!'
Rui
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