Rajgir “A Morada de Reis”
Muito do ambiente de rua que se vive em actualmente Rajgir bem que podia ser o mesmo de à milhares de anos... Misturando-se com os traços de modernidade...
Rajgir devido às especiais características naturais fora uma espécie de cidade fortaleza. Os montes existentes naquela imensa planície têm uma disposição que permitiu usa-los, durante centenas de anos, como muralhas. Nos pontos mais vulneráveis a mão humana fez o resto. O Mahabharata refere-se ao local num episódio que envolve várias personagens míticas, entre elas Krishna e o filho do Imperador Brihadratha. Esta dinastia será a primeira entre várias a governar o Império Magadha.
O Senhor Buddha terá passado aqui parte da sua vida, quer como buscador, quer como Ser Iluminado. Aqui terá ensinado no Gridhkuta, também conhecido como “Colina dos Abutres”. Supostamente, foi neste local que o Senhor Buddha profere o Lotus Sutra, que anuncia que todos os seres alcançarão a Iluminaçao. (Que assim seja!).
Mahavira terá aqui passado também longos períodos; um Templo (Mandir) no topo do Vipulachala assinala o local onde terá proferido os seus primeiros ensinamentos.
Uma curiosidade que achei muito interessante foi o facto de nestas montanhas consideradas sagradas não existiram antenas de comunicações, o que parece ser um bom exemplo a seguir. :)
Os Japoneses após as II guerra mundial construíram várias “Pagodas da Paz” que se encontram ligadas a acontecimentos históricos Budista e Rajgir não é excepção. Estas construções acontecem quando muitos destes locais históricos pareciam dormir no esquecimento do tempo.
Por falar em guerras, parece vir a propósito um texto que surgiu da correspondencia trocada com a escritora e amiga Maria Ferreira da Silva. Seja qual for a razão pelo qual aparece, este E-mail, continua a ser lido como uma reflexão acerca do sofrimento e acima de tudo como a forma de abordar esta característica humana, para lá das muitas interpretações, por vezes muito distorcidas...
Transcender o sofrimento para encontrar a Alegria - A carta II
"Om!
(...)
O que o Buddha ensina é averiguarmos a causa do sofrimento e porquê? Ao sabermos a causa do sofrimento ele sai, porque ele vem sempre da nossa mente. Se observarmos que certo sofrimento vem de pensamentos ou ideias, conceitos e desejos e se os banirmos como não sendo reais, largamos o sofrimento (isto na linguagem mais budista).
Quanto à minha concepção, o sofrimento vem da ignorância acerca de quem somos, o que fazemos e para o que viemos. A sublimação humana ou a prática espiritual (meditação) ao purificar-nos dá-nos as respostas e ao compreendermos deixamos de sofrer. Quando entra um pensamento perturbador, é aí que devemos ter consciência dele, porque razão ele surgiu e verificar se ele é real. Na realidade, a maior parte do sofrimento é psíquico e mental (à parte as dores físicas) que deixamos que se instale e até há pessoas que sentem prazer na dor!
(Mesmo com a dor física desenvolvi grande capacidade de a aguentar, ou seja, é relativamente bem suportada).
Aprendi a olhar o meu mal estar como algo que se vinha de mim e eu também podia acabar com ele. Passei então a perceber que afinal o meu estado mais puro não tinha mal de sofrimento e estava sempre bem. Passei a educar a minha mente e sempre que um pensamento de desânimo, de frustração ou de tédio vinha, sabia que não era o meu Eu, mas algo que eu deixava entrar, quer vindo do pensamento dos outros, quer dos ambientes, quer da minha própria insegurança. Eu acabei com o sofrimento, pela atenção com a minha mente. Mesmo quando vem algo que não compreendo, aguardo esclarecê-lo, ou pelas circunstâncias ou pela meditação que me devolve a paz e o entendimento. Tenho sempre "ferramentas à mão".
(O Buddha foi um grande Ser e muito inteligente; o pior são as interpretações que fizeram das suas palavras e ainda hoje o interpretam mal).
Também quanto mais integração houver no Divino (para os budistas no Nirvana), mais puros, menos sofrimento e mais compreensão. Contudo, nada melhor que o Hinduismo para nos dar respostas aos problemas existencias.
(...)
Por cá tudo corre bem e cada momento é muito importante para mim, onde tudo surge como imprevisível, fonte de criatividade e de amor constante em tudo que faço. Tudo é a expriência!
Um abraço e muita luz pela terra de Sanatana-Dharma
Maria"
O ambiente que acompanhou esta viagem no Bihar, esteve especialmente ligado ao Budismo, quer pelos locais visitados, quer pelos tranquilos mosteiros onde me alojara. O mosteiro do Burma (Myanmar), em Rajgir, mostrou-se muito amigável... As próprias leituras que fiz pareciam sincronizadas com o que ia visitando. Foi no Vanu Van (Parque dos bambus) que finalizei as “As quadros Nobres Verdades” comentadas por Ajahn Sumedho, um dos ensinamentos centrais do Senhor Buddha.
Tenho alguns destes exemplares que estão disponíveis para quem os desejar. Eventual envio via CTT e disponibilidade de envio terá de ser visto em conjunto. O livro é gratuito. Não hesite em contactar-me.
As famosas águas termais, fazendo parte de um complexo de Templos dedicado a Lakshmi, atrai desde há muito, para os banhos de água quente; quanto a mim foi a primeira vez que me aventurei neste tipo de águas correntes e de temperatura suportável... Muito bom.
Ainda pensei ir a Pawapuri, a 40 kms de Rajgir, onde existe um Templo especial que marca o suposto local da Iluminação de Mahavira. A descrição que encontrei num panfleto de locais de peregrinação Jaina é elucidativo do afecto e devoção que os devotos Jainas têm a este local: “ De acordo com a crença, foi aqui que o Senhor Mahavira, o maior promotor do Jainismo, alcançou o Nirvana. Centenas de milhares de discípulos retiraram as cinzas após a sua cremação. O ímpeto foi de tal forma grande que até o solo foi levado tornando-se aquela área um imenso tanque de água. Mais tarde, um bonito Templo em mármore branco foi construído no centro do tanque para comemorar o Nirvana do Senhor Mahavira.” Este templo é conhecido como “Jalmandir”.
Ficou a impressão que visitarei este local, se não nesta viagem, certamente numa próxima.
Muito do ambiente de rua que se vive em actualmente Rajgir bem que podia ser o mesmo de à milhares de anos... Misturando-se com os traços de modernidade...
Rajgir devido às especiais características naturais fora uma espécie de cidade fortaleza. Os montes existentes naquela imensa planície têm uma disposição que permitiu usa-los, durante centenas de anos, como muralhas. Nos pontos mais vulneráveis a mão humana fez o resto. O Mahabharata refere-se ao local num episódio que envolve várias personagens míticas, entre elas Krishna e o filho do Imperador Brihadratha. Esta dinastia será a primeira entre várias a governar o Império Magadha.
O Senhor Buddha terá passado aqui parte da sua vida, quer como buscador, quer como Ser Iluminado. Aqui terá ensinado no Gridhkuta, também conhecido como “Colina dos Abutres”. Supostamente, foi neste local que o Senhor Buddha profere o Lotus Sutra, que anuncia que todos os seres alcançarão a Iluminaçao. (Que assim seja!).
Mahavira terá aqui passado também longos períodos; um Templo (Mandir) no topo do Vipulachala assinala o local onde terá proferido os seus primeiros ensinamentos.
Uma curiosidade que achei muito interessante foi o facto de nestas montanhas consideradas sagradas não existiram antenas de comunicações, o que parece ser um bom exemplo a seguir. :)
Os Japoneses após as II guerra mundial construíram várias “Pagodas da Paz” que se encontram ligadas a acontecimentos históricos Budista e Rajgir não é excepção. Estas construções acontecem quando muitos destes locais históricos pareciam dormir no esquecimento do tempo.
Por falar em guerras, parece vir a propósito um texto que surgiu da correspondencia trocada com a escritora e amiga Maria Ferreira da Silva. Seja qual for a razão pelo qual aparece, este E-mail, continua a ser lido como uma reflexão acerca do sofrimento e acima de tudo como a forma de abordar esta característica humana, para lá das muitas interpretações, por vezes muito distorcidas...
Transcender o sofrimento para encontrar a Alegria - A carta II
"Om!
(...)
O que o Buddha ensina é averiguarmos a causa do sofrimento e porquê? Ao sabermos a causa do sofrimento ele sai, porque ele vem sempre da nossa mente. Se observarmos que certo sofrimento vem de pensamentos ou ideias, conceitos e desejos e se os banirmos como não sendo reais, largamos o sofrimento (isto na linguagem mais budista).
Quanto à minha concepção, o sofrimento vem da ignorância acerca de quem somos, o que fazemos e para o que viemos. A sublimação humana ou a prática espiritual (meditação) ao purificar-nos dá-nos as respostas e ao compreendermos deixamos de sofrer. Quando entra um pensamento perturbador, é aí que devemos ter consciência dele, porque razão ele surgiu e verificar se ele é real. Na realidade, a maior parte do sofrimento é psíquico e mental (à parte as dores físicas) que deixamos que se instale e até há pessoas que sentem prazer na dor!
(Mesmo com a dor física desenvolvi grande capacidade de a aguentar, ou seja, é relativamente bem suportada).
Aprendi a olhar o meu mal estar como algo que se vinha de mim e eu também podia acabar com ele. Passei então a perceber que afinal o meu estado mais puro não tinha mal de sofrimento e estava sempre bem. Passei a educar a minha mente e sempre que um pensamento de desânimo, de frustração ou de tédio vinha, sabia que não era o meu Eu, mas algo que eu deixava entrar, quer vindo do pensamento dos outros, quer dos ambientes, quer da minha própria insegurança. Eu acabei com o sofrimento, pela atenção com a minha mente. Mesmo quando vem algo que não compreendo, aguardo esclarecê-lo, ou pelas circunstâncias ou pela meditação que me devolve a paz e o entendimento. Tenho sempre "ferramentas à mão".
(O Buddha foi um grande Ser e muito inteligente; o pior são as interpretações que fizeram das suas palavras e ainda hoje o interpretam mal).
Também quanto mais integração houver no Divino (para os budistas no Nirvana), mais puros, menos sofrimento e mais compreensão. Contudo, nada melhor que o Hinduismo para nos dar respostas aos problemas existencias.
(...)
Por cá tudo corre bem e cada momento é muito importante para mim, onde tudo surge como imprevisível, fonte de criatividade e de amor constante em tudo que faço. Tudo é a expriência!
Um abraço e muita luz pela terra de Sanatana-Dharma
Maria"
O ambiente que acompanhou esta viagem no Bihar, esteve especialmente ligado ao Budismo, quer pelos locais visitados, quer pelos tranquilos mosteiros onde me alojara. O mosteiro do Burma (Myanmar), em Rajgir, mostrou-se muito amigável... As próprias leituras que fiz pareciam sincronizadas com o que ia visitando. Foi no Vanu Van (Parque dos bambus) que finalizei as “As quadros Nobres Verdades” comentadas por Ajahn Sumedho, um dos ensinamentos centrais do Senhor Buddha.
Tenho alguns destes exemplares que estão disponíveis para quem os desejar. Eventual envio via CTT e disponibilidade de envio terá de ser visto em conjunto. O livro é gratuito. Não hesite em contactar-me.
As famosas águas termais, fazendo parte de um complexo de Templos dedicado a Lakshmi, atrai desde há muito, para os banhos de água quente; quanto a mim foi a primeira vez que me aventurei neste tipo de águas correntes e de temperatura suportável... Muito bom.
Ainda pensei ir a Pawapuri, a 40 kms de Rajgir, onde existe um Templo especial que marca o suposto local da Iluminação de Mahavira. A descrição que encontrei num panfleto de locais de peregrinação Jaina é elucidativo do afecto e devoção que os devotos Jainas têm a este local: “ De acordo com a crença, foi aqui que o Senhor Mahavira, o maior promotor do Jainismo, alcançou o Nirvana. Centenas de milhares de discípulos retiraram as cinzas após a sua cremação. O ímpeto foi de tal forma grande que até o solo foi levado tornando-se aquela área um imenso tanque de água. Mais tarde, um bonito Templo em mármore branco foi construído no centro do tanque para comemorar o Nirvana do Senhor Mahavira.” Este templo é conhecido como “Jalmandir”.
Ficou a impressão que visitarei este local, se não nesta viagem, certamente numa próxima.
Nota: "Clicando esta estimulando"
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