sábado, outubro 18, 2008

O Bihar III - "Corroído pelo tempo"

Patna "Em busca de Pataliputra"
A actual capital do Bihar, Patna, não é propriamente o local mais visitado pelos turistas... Fico um pouco confuso acerca do que dizer acerca desta cidade, que parece algo fechado sobre si mesma...

Tentei perceber o que teria sido a cidade de outros tempos mas entre umas ruínas praticamente submersas e o que se encontra no museu torna-se praticamente impossível perceber o que terá sido Pataliputra, ficando-se com a sensação que a cidade continua submersa nas areias do Ganges...

Catalogada com o número "Um", "Chauri" Bearer de Didarganj, é a peça do museu mais considera, quer pelo trabalho escultural, quer por representar os ideais da beleza feminina durante o período Maurya, há cerca de 2300 anos atrás.

Consegue-se perceber ao visitar o museu as alterações que ocorrem na arte reflectindo os ciclos históricos que vão ocorrendo onde por vezes, após períodos de grande detalhe se seguem outros onde a qualidade parece degradar-se...

Foi com surpresa que presenciei o festival dedicado a Durga que durou vários dias. Nos mais variados pontos da cidade foram construídos vários Templos. Alguns deles são surpreendentes construções de bambu e corda, com altitudes que deverão, em algumas situações, rondar os 15 metros, sendo decorados no exterior e no interior. Imagens de Durga são ali colocadas e veneradas. São autênticos Templos amovíveis. Foram dois dias de feriado em que praticamente tudo esteve fechado. No último dia do puja os andores foram retirados destes Templos improvisados e transportados para as margem do Ganges e aí colocados nos barcos que as transportavam até ao meio do rio sendo então atiradas à água! (reaparecendo de novo no próximo ano...) :)

Ao final da tarde, se não toda, praticamente toda a cidade se reunia aos milhares no grande parque da cidade, para dar continuidade às celebrações... Boa altura para regressar ao hotel... :)

Um pequeno, mas interessante museu tem fotos da vida de Mahatma Gandhi, que continua a ser uma referência única, quer na Índia, quer no mundo, especialmente na área da política e religiosa. Como ele próprio disse: "A minha mensagem 'e a minha vida".

Adepto da comida do Sul da Índia tive a sorte de descobrir um restaurante especialista neste tipo de comida, podendo assim deliciar-me com as famosas "Malasa Dosa", os "Idlis", as "Vadas", os "Uttapam"... Que quando bem confeccionado e acompanhado com o molho de coco é realmente uma delicia.
Vaishali - "Redescoberta pelo Leão"
Quando viajava para Vaishali foi o arco sobre a estrada que me indicou que por ali haveria algo de especial, pois caso contrário, iria pensar que me tinha enganado na povoação.

As "sempre" muitas crianças brincavam semi-nuas entre as casas de habitação de construção térrea e a estrada; a presença de búfalos e vacas faz parte do ambiente familiar... as pessoas, em geral, encontram-se nos seus afazeres parecendo totalmente despreocupados... Os campos de arroz mudam lentamente de cor preparando-se para a colheita próxima...

Depois de me instalar no mosteiro do Sri Lanka visito o "Pagode da Paz", contemplo o belo lago, deslocando-me à ancestral "Stupa II", que se encontra protegida no centro do jardim. Este local, fora em 1958, alvo de escavações arqueológicas tendo sido descoberto um cobre com cinzas do Senhor Buddha e outros objectos.

A 2/3 kms desta Stupa encontra-se assinalado com uma plana em Hindi o local onde o Senhor Mahavira terá nascido, encontrando-se actualmente em construção um Templo (Mandir) de mármore branco, característica esta que parece ser uma constante dos Templos Jainas.

Conhecido como "Pilar de Ashoka" encontramos este tranquilo espaço que assinala o local onde o Senhor Buddha terá ensino e passados longos períodos... Actualmente pode ver-se uma Stupa construída em tijolos, um tranquilo tanque, as ruínas de pequenas Stupas e mosteiros e o "Pilar de Ashoka". Fotos interessantes pude ver no pequeno museu de Vaishali que mostram os trabalhos das escavações deste local que esteve enterrado durante séculos. A única coisa que se consegue ver antes e depois dos trabalhos é o pilar. Várias eram as casas de habitação, que antes das escavações, existiam em cima das ruínas sobre vários metros de terra.

O dito pilar é encimado por um leão que tem uma postura interessante; sentado sobre as patas traseiras ostenta uma posição firme e atenta parecendo indicar a submissão voluntaria a um poder Maior, a fazer lembrar o discípulo que se senta aos pés do Mestre. O leão olha em direcção de Kushinagar, o local de passagem do Senhor Buddha (Paranirvana).

Outro dado interessante é a suposta existência da primeira república, a Republica Licchavi nesta área, que teria existido na época do Buddha, que seria um local de grande prosperidade funcionado como suporte da nova comunidade monástica que se formava.

Está referenciado um episódio onde Ananda (principal discípulo de Buddha) pergunta a razão pela qual o Senhor Buddha olha para trás, algo que não era normal. O Senhor Buddha respondeu: "Ananda não há lugar tão belo como Vaishali, um grande desejo surgiu em mim de olhar para trás e vê-la novamente".


"Que o Puro Amor se Expanda"

Nota: "Clicando está estimulando"

terça-feira, outubro 14, 2008

O Bihar II – “Corroído pelo tempo”

Rajgir “A Morada de Reis”
Muito do ambiente de rua que se vive em actualmente Rajgir bem que podia ser o mesmo de à milhares de anos... Misturando-se com os traços de modernidade...
Rajgir devido às especiais características naturais fora uma espécie de cidade fortaleza. Os montes existentes naquela imensa planície têm uma disposição que permitiu usa-los, durante centenas de anos, como muralhas. Nos pontos mais vulneráveis a mão humana fez o resto. O Mahabharata refere-se ao local num episódio que envolve várias personagens míticas, entre elas Krishna e o filho do Imperador Brihadratha. Esta dinastia será a primeira entre várias a governar o Império Magadha.
O Senhor Buddha terá passado aqui parte da sua vida, quer como buscador, quer como Ser Iluminado. Aqui terá ensinado no Gridhkuta, também conhecido como “Colina dos Abutres”. Supostamente, foi neste local que o Senhor Buddha profere o Lotus Sutra, que anuncia que todos os seres alcançarão a Iluminaçao. (Que assim seja!).
Mahavira terá aqui passado também longos períodos; um Templo (Mandir) no topo do Vipulachala assinala o local onde terá proferido os seus primeiros ensinamentos.
Uma curiosidade que achei muito interessante foi o facto de nestas montanhas consideradas sagradas não existiram antenas de comunicações, o que parece ser um bom exemplo a seguir. :)
Os Japoneses após as II guerra mundial construíram várias “Pagodas da Paz” que se encontram ligadas a acontecimentos históricos Budista e Rajgir não é excepção. Estas construções acontecem quando muitos destes locais históricos pareciam dormir no esquecimento do tempo.
Por falar em guerras, parece vir a propósito um texto que surgiu da correspondencia trocada com a escritora e amiga Maria Ferreira da Silva. Seja qual for a razão pelo qual aparece, este E-mail, continua a ser lido como uma reflexão acerca do sofrimento e acima de tudo como a forma de abordar esta característica humana, para lá das muitas interpretações, por vezes muito distorcidas...

Transcender o sofrimento para encontrar a Alegria - A carta II
"Om!
(...)
O que o Buddha ensina é averiguarmos a causa do sofrimento e porquê? Ao sabermos a causa do sofrimento ele sai, porque ele vem sempre da nossa mente. Se observarmos que certo sofrimento vem de pensamentos ou ideias, conceitos e desejos e se os banirmos como não sendo reais, largamos o sofrimento (isto na linguagem mais budista).
Quanto à minha concepção, o sofrimento vem da ignorância acerca de quem somos, o que fazemos e para o que viemos. A sublimação humana ou a prática espiritual (meditação) ao purificar-nos dá-nos as respostas e ao compreendermos deixamos de sofrer. Quando entra um pensamento perturbador, é aí que devemos ter consciência dele, porque razão ele surgiu e verificar se ele é real. Na realidade, a maior parte do sofrimento é psíquico e mental (à parte as dores físicas) que deixamos que se instale e até há pessoas que sentem prazer na dor!
(Mesmo com a dor física desenvolvi grande capacidade de a aguentar, ou seja, é relativamente bem suportada).
Aprendi a olhar o meu mal estar como algo que se vinha de mim e eu também podia acabar com ele. Passei então a perceber que afinal o meu estado mais puro não tinha mal de sofrimento e estava sempre bem. Passei a educar a minha mente e sempre que um pensamento de desânimo, de frustração ou de tédio vinha, sabia que não era o meu Eu, mas algo que eu deixava entrar, quer vindo do pensamento dos outros, quer dos ambientes, quer da minha própria insegurança. Eu acabei com o sofrimento, pela atenção com a minha mente. Mesmo quando vem algo que não compreendo, aguardo esclarecê-lo, ou pelas circunstâncias ou pela meditação que me devolve a paz e o entendimento. Tenho sempre "ferramentas à mão".
(O Buddha foi um grande Ser e muito inteligente; o pior são as interpretações que fizeram das suas palavras e ainda hoje o interpretam mal).
Também quanto mais integração houver no Divino (para os budistas no Nirvana), mais puros, menos sofrimento e mais compreensão. Contudo, nada melhor que o Hinduismo para nos dar respostas aos problemas existencias.
(...)
Por cá tudo corre bem e cada momento é muito importante para mim, onde tudo surge como imprevisível, fonte de criatividade e de amor constante em tudo que faço. Tudo é a expriência!
Um abraço e muita luz pela terra de Sanatana-Dharma
Maria"

O ambiente que acompanhou esta viagem no Bihar, esteve especialmente ligado ao Budismo, quer pelos locais visitados, quer pelos tranquilos mosteiros onde me alojara. O mosteiro do Burma (Myanmar), em Rajgir, mostrou-se muito amigável... As próprias leituras que fiz pareciam sincronizadas com o que ia visitando. Foi no Vanu Van (Parque dos bambus) que finalizei as “As quadros Nobres Verdades” comentadas por Ajahn Sumedho, um dos ensinamentos centrais do Senhor Buddha.
Tenho alguns destes exemplares que estão disponíveis para quem os desejar. Eventual envio via CTT e disponibilidade de envio terá de ser visto em conjunto. O livro é gratuito. Não hesite em contactar-me.

As famosas águas termais, fazendo parte de um complexo de Templos dedicado a Lakshmi, atrai desde há muito, para os banhos de água quente; quanto a mim foi a primeira vez que me aventurei neste tipo de águas correntes e de temperatura suportável... Muito bom.
Ainda pensei ir a Pawapuri, a 40 kms de Rajgir, onde existe um Templo especial que marca o suposto local da Iluminação de Mahavira. A descrição que encontrei num panfleto de locais de peregrinação Jaina é elucidativo do afecto e devoção que os devotos Jainas têm a este local: “ De acordo com a crença, foi aqui que o Senhor Mahavira, o maior promotor do Jainismo, alcançou o Nirvana. Centenas de milhares de discípulos retiraram as cinzas após a sua cremação. O ímpeto foi de tal forma grande que até o solo foi levado tornando-se aquela área um imenso tanque de água. Mais tarde, um bonito Templo em mármore branco foi construído no centro do tanque para comemorar o Nirvana do Senhor Mahavira.” Este templo é conhecido como “Jalmandir”.
Ficou a impressão que visitarei este local, se não nesta viagem, certamente numa próxima.


Nota: "Clicando esta estimulando"

segunda-feira, outubro 13, 2008

O Bihar – “Corroído pelo tempo”

Fazendo fronteira a norte com o Nepal, Bihar, parece esquecido no tempo. Em alguns dos locais que visitei o tempo parece passar à velocidade de uma carroça (Tanga), que não fosse o simples chicote seria ainda mais lento...
Bihar aparece profundamente ligado ao Senhor Buddha que passou muitos anos da sua vida em vários locais do Bihar. O local mais conhecido e visitado é Bodhi Gaya, onde Siddharta atingiu o estado Búdico, sendo por isso chamado de “Buddha” – “O Iluminado”.
A vida de Mahavira, contemporâneo de Buddha, que é considerado como o maior promotor do Jainismo, está igualmente ligada a estas terras. Curiosamente, ambos, Buddha e Mahavira, por várias vezes aparecem ligados aos mesmos locais, como são os casos de Rajgir e Vaishali, entre outros.
Segundo o Lonely Planet, “Buddha profetizara que o Bihar continuaria sucessivamente a sofrer de “hostilidade, fogo e inundações” continua a ser verdade. Entre vários outros problemas será a região mais pobre, menos literada e sem lei de todas as regiões da Índia”.
Contudo, em termos históricos este estado terá sido o centro de dinastias, que foram símbolos de prosperidade e progresso. De acordo com o Lonely Planet, “rumores existem de que Pataliputra (actualmente Patna) terá sido, no séc. IV e III a.C., a maior cidade do mundo antigo! Outro período áureo terá sido o reinado dos Gupta, no séc. V d.C.

Bodhi Gaya “e o Templo Mahabodhi”

Quando estive pela primeira vez na área circundante do Mahabodhi o calor era tal que dificilmente conseguia andar descalço naquele piso de arenito vermelho. Deixei para mais tarde.
No exterior do templo os pedintes abundavam sem que fosse algo totalmente fora do comum. O que mais surpreendeu foram as técnicas usadas por alguns adolescentes que em grupo me rodearam. Estas abordagens de carácter amigável trazem sempre “água no bico”. Resumindo: queriam que lhes comprasse um dicionário Inglês-Hindi, que diziam necessitar para um teste que iriam ter dois dias depois; entre muitos outros argumentos, alguns deles muito bem elaborados. Sem me comprometer lá andava eu com um grupo de quatro ou cinco rapazes que me acompanhavam para todo o lado, tipo escolta. Entretanto, fui perguntando aos mais velhos acerca desta situação, que confirmaram as minhas suspeitas. Apesar das muitas informações contraditórias, difíceis de investigar cabalmente, a estratégia do dito dicionário seria para uma posterior venda sendo a verdadeira intenção o dinheiro. Com o passar dos dias cada vez me interpelavam menos... A estratégia, se assim se pode dizer, é não haver qualquer comprometimento; nem nunca dizer que sim, nem dizer que não. (...) Mesmo “talvez” pode dar-lhes esperanças significando um prolongar da escolta.
Ficará certamente uma questão por responder: “Como ajudar aqueles que realmente precisam?” Tendo em conta as imensas carências especialmente nas zonas rurais.

Bodhi Gaya estava relativamente serena, o templo e a famosa árvore Boddhi, onde se encontra o “Vajrasan” (o trono de diamantes), local onde o Senhor Buddha se terá sentado em meditação até alcançar a Iluminação, transmite Serenidade e Presença. Os cânticos em Pali envolvem o Templo; os muitos monásticos que vestidos de diferentes cores dão a conhecer a origem do país e tradição, os muitos peregrinos das mais diversas proveniências, o Templo e a árvore Boddhi criam um ambiente especial dentro da tradição Budista.
Uns dias após a minha chegada, iniciara-se um festival que consiste na “oferta de água em memória dos antepassados”, que dura cerca de 15 dias, onde num ritual simbólico, os Hindus, vão aos rios sagrados e oferecem água, num acto que supostamente apela às deidades para benefício dos parentes falecidos.
Muitos eram os Hindus que em grandes grupos visitavam o Templo Mahabodhi...

“A moto de Raj”
Nestes dias conheci Raj que de uma forma simpática me falou do seu projecto de montar uma agência de viagens. As condições que tem são escassas; uma simples moto e a possibilidade de alugar um espaço parecem ser as bases do projecto. Simpatizei com ele e foi na sua moto que conheci alguns locais interessantes em volta de Bodhi Gaya.
Caves Templo de Dungeshwari
Visitamos as Caves Templo de Dungeshwari onde o Senhor Buddha terá passado os seis anos de grandes austeridades. O calor mantinha-se dentro da Cave, que parece um ovo gigante, apesar da frescura daquela manhã. Em volta a simplicidade reina, com um ou outro Templo muito simples, junto da Cave. O local, bem simbólico, não parece atrair as atenções das multidões...
Stupa de Sujata
Mais próximo de Bodhi Gaya uma antiga stupa marca o local onde Sujata ofereceu leite de arroz ao Senhor Buddha, episódio que acontece quando Buddha finaliza os seis anos de austeridades e se desloca a caminho da árvore Bodhi. Tal acontecimento estará profundamente ligado ao reconhecimento do “Caminho do Meio”.
Caves Barabar
Umas outras caves, conhecidas como “Caves Barabar” atraíram a minha atenção. Foram escavadas em grandes maciços de granito e supostamente serviriam como caves de meditação. O local e áreas envolventes são muito bonitos, onde as colinas graníticas aparecem circundadas pelos campos verdes de arroz... A manutenção e limpeza do espaço deixam muito a desejar...
No interior das caves, chama a atenção a simplicidade da construção e a atenção que deram ao polimento das paredes e alguns tectos. Normalmente estes espaços são rectangulares havendo, por vezes, uma segunda câmara circular. O interior das caves irradiam forte calor o que me levou a questionar o propósito para o qual dizem que era usado...

“Um dia em Nalanda”

Desde há muito que tinha assinalado no meu mapa uma visita a Nalanda, tendo tido o prazer de concretizar este intento ao deslocar-me ao local que fora uma referência do conhecimento em toda a Ásia.
Referindo novamente o Lonely Planet: “Fundada no séc. V d.C., Nalanda foi uma das grandes Universidades antigas e um importante centro de conhecimento Budista.
Quando o escolar e viajante Chinês, Xuan Zang, visitou o local, entre os anos 685 e 762 d.C. cerca de 10.000 monges e estudantes residiam aqui estudando teologia, astronomia, metafísica, medicina e filosofia. Nalanda tinha três bibliotecas que eram tão extensas que arderam durante seis meses quando os Afegãos saquearam a Universidade no séc. XII”
Mishra, o guia local, explicava-me que “Nalan” seria um nome usado para a flor de lótus que representa o conhecimento. “Da” estará ligado à ideia de dar, transmitir... Esta será uma das várias explicações para o nome “Nalanda”. “Dar conhecimento”, o que faz muito sentido dentro da filosofia Budista.
O que se vê actualmente das edificações, apesar de significativo, é uma pequena parte do que teria sido esta Universidade.

No último dia em Bodhi Gaya almocei com Raj. Ele levou-me a um simples restaurante onde paguei 30 rupias pelos dois almoços (famosos thali), o que equivale a dizer que almoçamos, os dois, por cerca de 60 cêntimos! Por algum motivo ele simpatiza com aquela família, que como tantas outras, tem imensos filhos e recursos escassos. Falou-me de uma das raparigas da família que gostava de continuar a estudar mas que terá parado por falta de meios mínimos. O valor necessário é de 20/30 USD mensais. Expliquei-lhe que na minha presente situação não me poderia comprometer com encargos fixos, mas também lhe disse que nunca se sabe o que pode acontecer... Se algum dos utilizadores deste blogue estiver disponível certamente que encontraremos a melhor forma de apoiar esta rapariga.
Site do Turismo do Bihar: www.mahabodhi.com/en/temple-complex.htm

Nota: "Clicando esta' estimulando!..."

terça-feira, setembro 16, 2008

Nepal e a "Menina Aguarela"

Terminar uma experiência e escrever sobre ela, quando já finalizada, tem sido a forma que melhor se tem ajustado à elaboração destes textos, mas curiosamente não é o presente caso, nem é muito claro o porquê.
Quando penso no Nepal parece que as nuvens das monções se mudaram para dentro da minha cabeça! Contudo, o contrário também é válido; manhãs, ou até certos pôr-do-sol, são tão límpidos que ainda fico meio extático só de neles pensar.
É este contraste paradoxal que parece ter sido a base deste contacto mais profundo com um Nepal de características únicas. Vários exemplos destes paradoxos se vêem um pouco por todo o lado: por exemplo, o dono do Hotel chega a casa e senta-se no chão de terra da sua casa... ou o complexo sistema de castas, bem vivo, para lá dos olhares mais distraídos, ou a turística cidade de Kathmandu que se apresenta relativamente limpa sem que existam caixotes do lixo... Os muitos galos que se ouvem no centro de Kathmandu, como se estivéssemos no campo... Depois existem as zonas mais isoladas do Nepal... Lia no folheto publicitário de "Upper Mustang": "Casamento da mulher com dois ou mais irmãos, para evitar separação das terras de família, está ainda em prática. O marido pode ter segunda mulher se a primeira for infértil. Mas como todas as formas tradicionais, estas também estão a mudar, sob a influência das culturas e valores externos". Os preços para entrar nesta "área restrita" são pouco apelativos (mais de 500 U.S. por 10 dias) mas certamente que é incrível.
Muitos outros exemplos poderiam ser dados. É como se o Nepal vivesse com um pé no passado e esticasse o outro para 'apanhar' a modernidade muito focada no mercado Ocidental, pois têm sido os Ocidentais a grande fonte de receitas, através de tudo o que se liga aos famosos "trekkings", actividades ligadas às montanhas, parques e turismo em geral.
'E possivel participar em programas de voluntariado, o que 'e algo frequante tambem no Nepal com jovens dos mais veriados paises a participar. Era o caso tambem de Kim, Sul Coreano, que se inscrevera no "International Work Camp", num projecto ligado 'as melhorias das condicoes de uma escola.

Nagarkot - A janela "entreaberta" para os Himalaias
A localização de Nagarkot, a cerca de 2000 m de altitude, com os seus muitos hotéis, que parecem disputar o melhor panorama das montanhas é simplesmente fenomenal!
Estávamos no período de monções, o que dificulta a visibilidade com a intensa nebulosidade que normalmente circunda os Himalaias, afastando também os turistas.
No meu caso, mesmo fora de época, fora-me permitido contemplar, por várias vezes, os Grandes Himalaias, que talvez por essa mesma dificuldade trouxe o sabor de bênções ainda mais apreciadas.

Baktapur e o Holandês
De Nagarkot para Baktapur fui no autocarro mais lotado que alguma vez viajei; a minha sorte foi ter a mochila comigo, pois caso contrário, algum se teria sentado ao meu colo!
Em Baktapur, cidade turística que nos transporta aos tempos medievais, fiquei num pequeno hotel. No dia seguinte sentei-me no piso superior que tem uma sala convívio, enquanto aguardava o pequeno-almoço. Naquele piso mora um Holandês, que ali vive com carácter permanente. Tomamos o pequeno-almoço juntos e contou-me um pouco das suas aventuras. Rich, com cerca de 50 anos, fora, segundo ele, o primeiro Ocidental a montar um negócio naquela cidade. Contou-me algumas das peripécias da sua adaptação, e saiu-se com esta história para descrever as suas dificuldades... Mas é um pouco mais que isso...
"Cinco macacos numa jaula. Uma banana pendurada no topo da jaula. Em volta existem jactos de água que se accionam de cada vez que os macacos se movem em direcção à banana. Isto acontece vários dias até que os macacos acabam por desistir. Todos eles têm um bracelete azul no braço. Entretanto, um deles é retirado da jaula e um novo macaco, agora com bracelete vermelha, é colocado no interior da jaula.
A primeira coisa que faz é mover-se em direcção à apetitosa banana. Tal intento é vigorosamente demovido pelos outros quatro macacos. A resistência é tal que este macaco acaba por desistir.
Passados uns dias, voltam a tirar outro macaco de bracelete azul que é substituído por um novo de bracelete vermelho. A reacção foi igual; todos impediram que este alcance a banana.
O processo continua ate que um dia todos os macacos têm bracelete vermelha, e a banana continua no mesmo local" :)

Regresso a Kathmandu
Em Kathmandu, notícias contraditórias iam surgindo acerca da reabertura da fronteira. Após as manifestações "Tibete Livre" os chineses fecharam a fronteira com o Tibete. Ainda se pensou que após s jogos olímpicos a situação se regularizasse.
Decidi fazer o "Annapurna trekking" com objectivo específico de alcançar a Cave de Milarepa, um famoso Yogui do séc. XI e XII, considerado um expoente dentro da tradição Tibetana. O site abaixo dá uma ideia da história:
http://budismotibetano.no.sapo.pt/biografias/milarepa.htm
Era minha ideia fazer este "trekking" como uma espécie de compasso de espera para ir ao Monte Kailash, no Tibete.
Há muito que ouvira falar nestes "trekkings" do Nepal, mas a experiência que se me depara supera tudo o que pudesse imaginar. Com cenários dignos de filmes tipo Senhor dos Anéis, toda a convivência se faz numa subida de vários dias junto ao rio Marsyangdi e as montanhas. O rio tem uma presença fortíssima, por vezes, quase ensurdecedora e as montanhas parecem que são cada vez maiores. A actividade humana está condicionada ao vale; transportes motorizados não existem, o que nos dias de hoje é coisa rara, sendo o transporte de mercadorias feito por animais e especialmente por pessoas, que caminhando em grupos, carregam pesos impressionantes, durante dias e por caminhos que por vezes parecem desaparecer entre água, lama e deslizamentos de terra.
O governo tem mobilizado esforços no sentido da construção de uma estrada naquele vale, mas parece ter a séria oposição da própria natureza que ao ser perturbada no seu delicado equilíbrio, se reajusta por vezes violentamente contrariando as intenções humanas. Como não posso transcrever toda esta experiencia incrível, deixaria parte de uma carta que enviei a uma amiga acerca da experiência e das dificuldades em alcançar a Cave Milarepa e algumas reflexões que daí surgiram.
"Annapurna" significa: A Nutridora.

A Carta:
"A experiência é absolutamente incrível! Esta palavra "incrível" pode ser usada em vários sentidos. Talvez um dos mais famosos trekkings do mundo, de dificuldade considerável, remete o caminhante a uma entrega total e aos aspectos que envolvem a caminhada.
Hotéis simples não faltam, mas no geral as facilidades são escassas, o que obriga o caminhante a transportar consigo o essencial para as surpresas, o que lhe aumenta o peso que carrega. Eu viajei sozinho o que não é propriamente o mais comum, mas que é algo que me agrada cada vez mais. De uma forma geral caminho mais lento que o normal das pessoas mas em contrapartida faço mais tempo, o que nos leva aos mesmos destinos...
Cheguei a considerar fazer a passagem do Thorong passe, porem, tal ideia nunca fizera parte dos planos iniciais. Do outro lado do passe algo escuro parecia afligir-me...
Seja como for, ao passar a barreira dos 3500 metros de altitude fiquei com os sintomas da doença das montanhas, que se agravou pela persistência de uma diarreia que só se curou já no final do regresso.
Fiquei 5 dias em Manang (Braka) onde procurei reequilibrar e gerir esforços. Durante este tempo e um pouco em uso das reservas físicas subi à Milarepa Gompa (a +/- 4200 m) que era o objectivo principal de todo este empreendimento.
Na busca pela suposta cave, que deveria ficar não muito longe da Gompa (templo), e a estender os esforços, uma situação totalmente inesperada demove-me de continuar: Primeiro ouço uma pequena pedra que é seguida por um calhau que se desloca a elevada velocidade vindo das montanhas mais altas. Fiquei assustado, quer pela situação em si, pois o calhau passou a poucos metros de mim, quer pelo receio de que atrás daqueles viessem outros. Locais de protecção e mobilidade eram praticamente nulos, pois afinal estava num pequeno carreiro de uma encosta bem íngreme.
Não hesitei em regressar e procurei uma concavidade um pouco mais abaixo e reflecti um pouco apreciando a beleza da paisagem.
Neste local onde me sentei também dizem que fora utilizado por Milarepa para as suas meditações...
Mas perguntava-me o que tinha acontecido e onde estava a cave.
Ainda hoje não percebi se existe ou não. Depois de comentar o episódio no hotel é que me disseram que a Cave Milarepa fora fechada pelos populares após um desmoronamento de terras. Esta espécie de “meias verdades” é recorrente mesmo nos serviços oficiais, requerendo uma abertura extra para todos estes imprevistos.
Claro que o calhau voador me fez reflectir em várias coisas quase compulsivamente: O que foi aquilo? Um aviso?
Fosse o que fosse foi a decisão mais acertada não estender mais o esforço e como já descrevi parece que não ia ver nada.
Consequência de tudo isto e de um almoço que não consegui digerir venho a provocar o vómito pois sentia-me profundamente indisposto. Houve uma sensação de libertação e parece que ajudou na recuperação...
(Questões relacionadas com a mente)
Um exercício no sentido oposto tem sido feito para trazer a mente mesmo às situações mais desconfortáveis. O próprio trekking foi um óptimo exercício nesse sentido, onde tomei consciência, um pouco mais profundamente, do poder que a mente tem! O esforço do caminho leva a mente a não querer estar ali e a insistir em divagações como forma de alienação. Trazê-la de volta para que ela volte a fugir é um exercício de profunda paciência...
Depois existe a Beleza, a Grandeza, a Presença daquelas paisagens, daquele Vale, escarpas, caminhos... as muitas pessoas sofridas... e as Grandes Montanhas que transportam à Contemplação e à rendição, pois na realidade pouco mais podemos fazer na presença de tal Poder e tal Beleza.
(Reflexões pós experiencia do calhau voador. O desafio que falo a seguir é a "morte" num estado de felicidade).
Parece-me um desafio quase impossível, mas tal será o reflexo de quem tem o domínio da mente e acima de tudo compreendeu que na realidade não há morte. GRANDE DESAFIO! Não sabemos quando somos "levados". Podia ter sido aquele calhau... ou outra coisa qualquer... em qualquer momento... mas também parece haver uma Ordem que gere estes acontecimentos. Quantas vezes, em situações de elevado risco, a vida parece invencível para vir a desfalecer em situações tão insignificantes? Parece-me que temos de proteger a vida e aceitar as leis da natureza e as Leis Cósmicas.
Outra reflexão, algo relacionada com isto, prende-se com algo bem subtil mas de consequências bem consideráveis. Será possível o Ser expressar-se minimamente sem que o individuo tenha e cultive, aquilo que a não ter melhor definição chamarei de "Dignidade do Ser (de Ser)"? Será possível o Ser brilhar se mecanismos acumulados de opressão, de medo... (em relação ao outro...) se mantêm activos num processo interno de chantagem?
Não é esta uma questão importante (issima)? Como poderá o Homem dar o que tem de melhor se não O reconhece em si mesmo?
As reflexões do Rui... :)"

Durante as muitas horas da caminhada várias foram as vezes que deixava divagar a mente nas infinitas possibilidades que parecem haver para criação e valorização de parques temáticos (áreas restritas), que pudessem envolver populações e fossem apelativas a um turismo sustentado...
Terminar o trekking regressando à "civilização" apanhando o jeep que vai ate Besisahar, onde partes significativas são feitas em primeira lenta com a tracção das quatro rodas ligada, num veículo apinhado de gente, ou os sacos de plástico que são distribuídos na carrinha entre Besisahar e kathamdu, revela-nos que a aventura continua.

Kathmandu, de novo.
Kathmandu servia agora como base para recuperar e descansar, ainda na esperança de me deslocar ao Tibete, o que ficará para uma próxima oportunidade.
Praticamente todo o período de permanência no Nepal estive envolvido num projecto que muito me tem cativado. Surgido de um olhar que há muito parecia procurar, deixei-me encantar por "Aguarela" (será formalmente apresentada brevemente). Comigo tem colaborado o Nuno e a Romana, que de forma entusiástica também abraçaram o projecto, que vem progressivamente ganhando forma.
É com muito entusiasmo que espero poder apresentá-lo neste blogue, brevemente.

"Que o Puro Amor se Expanda"

Nota: Não clique na publicidade deste blogue pois estará a estimular a sua continuidade. :)

quarta-feira, julho 16, 2008

Rishikesh I - "Fluindo com o Ganges"

Como transformar cerca de cinco meses de permanência em Rishikesh em duas páginas de 'leitura rápida'? E o que abordar? Falar das aulas do Swami Dharmananda que já repeti pela terceira vez, e assisti até ao último dia em que estive em Rishikesh? Perguntei-lhe certa vez, numa das nossas conversas pessoais, que muito prezo, quantas vezes tinha de repetir as aulas para que aqueles ensinamentos ficassem totalmente claros. Ele respondeu: "Existem pessoas que lêem a Bhagavad Guita todos os dias e há sempre novas compreensões que surgem."
Noutra conversa respondeu-me: "Se não é claro o deves fazer, não facas nada." Quando o ouvi dizer "Não faças nada" um imenso peso me saiu dos ombros!!!!!!!! Como sempre, queria eu obter respostas claras acerca dos próximos passos a dar; situação que acontece repetidas vezes: "Devo ir para a esquerda ou para a direita?"
O que parece é que tal não é mais do que alimentar a compulsividade da mente nos seus mecanismos de criação de pensamentos e alimentar uma série de emoções que em muito são fruto da 'nossa' cultura Ocidental. A questão a colocar é: "Como posso eu tornar o presente momento prazeroso?" e "Como 'ligar-me' à Inteligência Cósmica?".
Na realidade estes momentos de incertezas parecem ser óptimos exercícios para observar atentamente o estado caótico da minha (nossas? J ) mentes.
Tranquilizar a mente e impulsos parece ser fundamental para que decisões claras possam acontecer, onde os ditos passos parecem vir encadear-se como sequência natural dos passos dados anteriormente, tornando-se claros nos devidos momentos.
Rishikesh, permitiu várias alterações à medida que fui praticando Yoga e Sadhana (práticas físicas e espirituais com objectivos espirituais). Estas práticas permitiram lentamente trabalhar muitas tensões acumuladas durante décadas. Muito longe de ser o "Homem Elástico", vejo que a prática continuada traz à superfície muito material que jaz no subconsciente, aparecendo sob a forma de sonhos (muitas vezes medos, fobias... que ganham espaço para vir à superfície, devendo, como tal, ser visto como acontecimento positivo; material que estava latente no subconsciente pode agora ser libertado), sentimentos desajustados, padrões de pensamento negativos... Como se tudo isto funcionasse com entulho não deixando espaço para as faculdades plenas!
Torna-se também mais claro que muito é resultado de comportamentos e hábitos altamente prejudiciais, e por vezes, até destrutivos, que persistem durante anos!
Durante estas práticas mais saudáveis é o próprio corpo físico que parece procurar formas de se reequilibrar e reajustar. Várias foram as vezes que 'diarreias de um dia' pareciam ser um reajustamento energético!
Parece-me oportuno partilhar neste espaço um trecho intitulado: "O Valor da Vida Humana", do livro "Where are you going", do Swami Muktanada.

Acerca das Incertezas
Neste preciso momento, situação idêntica se volta a colocar: planos para me deslocar ao Monte Kaikas, no Tibete, esbarram na Embaixada da China, que não emite Vistos; consequências dos protestos 'Tibete livre', Jogos Olímpicos e muita prepotência!
Perante a incerteza a mente volta a agitar-se em questões infinitas: "O que fazer?????" NADA. Pôr a questão ao Universo e estar consciente destes mecanismos da mente trazendo-os à Luz, parece ser o mais sábio. Com esta atitude interna (nem sempre fácil de manter) estou certo que as melhores soluções virão. Assim tem acontecido...
Engraçado perceber que este compasso de espera tem permitido reavaliar alguns dos meus interesses... Que parece abrir-se ao mundo das artes...
Quando o projecto estiver mais sólido, será com prazer que também será apresentado neste espaço. Espero.

Namaste
Rui

terça-feira, julho 15, 2008

Rishikesh II - "Deborah, A Filha de Kali"

Talvez para desenvolver a minha ligação à 'energia' devocional, conhecida como Bhakti Yoga, ou qualquer outra razão, venho a conhecer Deborah, dos Estados Unidos...
Quando a conheci, ia à boleia para uma gruta,"Vashshist Guha", local ligado ao Mahabharata onde o santo Vashisht meditara durante muitos anos, a cerca de 20 km de Rishikesh...
Eram raros os dias em que não ia. No Local há um ermitério onde o Swami transmite ensinamentos acerca dos assuntos espirituais, ajustados consoante os participantes, que ela assistia com regularidade. Meditava na gruta ou contemplava o Ganges, naquele tranquilo local a caminho dos Himalaias.
Mais tarde com a abertura dos locais de peregrinação na montanha, este local perde a sua tranquilidade devido à presença dos muitos peregrinos.
Deborah procura um outro local onde não seja perturbada, mais próximo de Rishikesh. A ideia inicial era descobrir uma outra gruta, mas acaba por encontrar uma árvore Banyan, que vem a transformar num 'Santuário'. A localização desta imensa árvore é algo surpreendente pois parece ter sido ali colocada propositadamente à séculos atrás. Dedicou o espaço a Kali, que é adorada, na Índia, como a Divindade no seu aspecto Feminino, representação do Universo.
São durante estas peregrinações praticamente diárias, em que sobe metade de uma montanha, por entre estreitos carreiros de pedras soltas, que algo lhe fala de um outro pequeno eremitério onde existe um "Guru".
É acerca desta experiência que deixo o LINK para um E-mail que ela me enviou. Ela própria diz que é E-mail longo... Fica para quem tiver um pouco mais de paciência.
Nota: Por motivos pessoais omiti o nome do Guru e da 'outra discípula', os quais denominei por "The Guru" e "The disciple", respectivamente.
Desculpem o facto de estar em Inglês.

Namaste
Rui

Morrer em Varanasi

(Transcrevo a introdução do Lonely Planet)
"Varanasi, cidade de Shiva, é das mais sagradas cidades da Índia. Os peregrinos Hindus vêm aqui lavar os seus pecados no Ganges. Varanasi anteriormente chamada Benaras e Kashi (cidade da Luz) foi sempre um auspicioso local para morrer, visto que expirar aqui oferece Moksha - libertação do ciclo de nascimento e morte.
A cidade é o centro do universo Hindu, local de transição entre o mundo físico e espiritual, sendo o Ganges visto como um rio de salvação e eternidade, fluindo permanentemente; símbolo de esperança para gerações do passado, presente e futuro.
A mágica, mas por vezes opressiva cidade, é onde ocorrem os mais profundos rituais de Vida e de morte, nos famosos 'Gates'.
A acessibilidade às práticas que vêm de passados distantes, parecem não ter sofrido o efeito do tempo, é o que seduz muitos dos visitantes."
Hospedei-me no Vishnu Rest House que tem a particularidade de ter, no espaço interno, um templo dedicado a Vishnu, onde os pujas são executados duas vezes por dia. Outra das atracões deste espaço é a vista sobre o Ganges. Foi deste terraço que numa das manhãs vi que a água do Ganges tinha subido cerca de cinco metros! Tinha dificuldade em acreditar; o Ganges passara a ter praticamente o dobro da largura cobrindo agora o imenso areal da outra margem e, caminhar nos Gates tornou-se impossível. As deslocações eram agora feitas pelos minúsculos caminhos existentes na parte mais antiga da cidade. Por vezes, só o facto de ali caminhar é um poderoso exercício de tolerância e paciência... Características estas que por várias vezes pareciam ser testadas em Varanasi. Por exemplo, no 'Gate' das cremações a 'técnica' é convencer os visitantes a dar dinheiro para as famílias mais pobres que não têm posses para comprar lenha. Por vezes é admirável a capacidade de persuasão e estratagemas de certos fulanos!...
O local de cremações, "Manikarnika Ghat", é único e que não me atrevo a descrever... Mas ficam as imagens das grandes pilhas de madeira e os vários corpos a serem cremados em simultâneo...
Nota: Gates - Escadaria que dá acesso ao Ganges. Normalmente usado para rituais de purificação (banhos) e pujas. Existem também os Gates de cremação.
Um dia em Sarnath (Local do primeiro discurso de Buddha)
Se fosse outro o protagonista, seria certamente com satisfação, que riria de uma série de acontecimentos que foram ocorrendo ao longo deste dia: foi o autocarro que não veio, o riquexó (ou rickshaw) que fica sem gasolina (situação resolvida entre sopros para dentro do deposito e empurrar até às bombas, que 'por sorte' não estavam muito distantes), as informações 'esfarrapadas' dos serviços governamentais, o funcionário do museu que quer dinheiro por me ter autorizado tocar numa estátua do Senhor Buddha, do séc. V, que apreciara especialmente; o almoço que não veio e já no outro restaurante era o troco que não vinha... E para finalizar a viajem de regresso a Varanasi tinha tanta água nas ruas (ainda me questiono de onde veio tanta água) que por vezes era mais apropriado um barco do que os riquexós. No final já me ria, que afinal era a única coisa inteligente que podia fazer!
De Sarnath, ficou a tranquilidade do antigo "Parque dos Veados", onde o Senhor Buddha fez o primeiro discurso público; o museu de Sarnath com uma escultura dos "Leões de Ashoka", que é actualmente um dos símbolos da Índia, entre outras peças interessantes.
Um moderno templo, Mulgandha Kuti Vihar, tem belos e expressivos frescos da vida do Senhor Buddha, entre outras atracões.
Novamente em Varanasi e sem especial vontade de andar a ver 'coisas', selecciono de entre os livros que 'carrego', "A Autobiografia de um Yogue", de Paramahansa Yogananda, que havia mais de um ano que ficara em suspenso. Foi com admiração que venho a constatar que vários episódios descritos no livro se passam mesmo ali, a poucos metros do hotel. Descobri a casa de Lahiri Mahasaya (fora Guru do Guru de Yogananda) que passei a visitar diariamente, apesar das obras de melhoramento do edifício.
O livro tem relatos impressionantes e únicos que por muitos motivos é de leitura obrigatória.
Também conheci um curioso Swami com quem tive algumas aulas de Yoga... Não sei ainda se a casa dele é reflexo de total desprendimento das coisas materiais ou expoente máximo de desmazelo; havia objectos no quarto-sala que não eram limpos ou sequer mexidos desde há muitos anos! Seja como for aprendi algumas coisas interessantes... Foi ele que me mostrou uma sobremesa "Dahibarah', que passou a fazer parte da minha dieta diária. "Que delicia!"
Era tempo de seguir... Agora em direcção ao Nepal...
(Como podem ver a publicidade do blogue é muito interessante. :) )
'Que o Puro Amor se Expanda, Agora!'
Rui

domingo, junho 08, 2008

Notas:

Para uma melhor compreensão, ler os últimos artigos de acordo com a cronologia:
1 - "naindia.blogspot.com" - ATÉ QUANDO?
2 - 2007 - Ano Theravada (2550)
3 - Portugal, porta de entrada ou de saída?
4 - Prem Baba em Rishikesh
5 - Espreitar os Himalaias de Enfield
Como reconhecimento a Allen Carr destaco o artigo que está em links com o nome: Deixar de Fumar: "O Método Simples"
Namaste
Rui

domingo, junho 01, 2008

Espreitar os Himalaias de Enfield

Outro reencontro inesperado acontece quando vejo Niel em frente do Ashram a manobrar uma moto alugada. Digo: "Hello!"

Ele responde; "Do I know you?" (conheço-te?)

Eu sorri e pensei: é mesmo ele!

Mais tarde acabámos por combinar um passeio de moto em direcção a Kadernath, um local de peregrinação Hindu, nos Himalaias. A ideia não era ir ao santuário, até porque na altura ainda estava fechado devido à neve, mas sim espreitar os Himalaias...

A moto escolhida foi a famosa Enfield Indiana.

Deixo o site do Niel que tem algumas fotos desta viagem e da sua. http://www.flickr.com/photos/13375439@N06/page2/ Ufo's? Pois, parece que não éramos os únicos!...

Curiosamente fui eu que lhe falei do Open Dharma, uma modalidade de retiro longo, neste caso de 30 dias, que se centra na meditação, mas que dá toda a liberdade ao participante para uma prática mais personalizada (pelo menos neste centro).

http://www.opendharma.org/

Vinha especialmente entusiasmado, o que neste caso é assinalável, em alguém que tem uma mente especialmente crítica.

Entretanto seguiu para Dharamshala. Eu fiquei com as minhas práticas, os meus processos, continuando com as aulas do Swamiji Dharmananda...

Pergunto-me quantas vezes tenho (temos) de ouvir a mesma coisa para que nos transformemos nela? Ou de outra forma: Quantas vezes teremos de ouvir uma verdade para que a expressemos em nós?

(Faço intenção de colocar umas fotos, mas terá de ficar para uma outra oportunidade...).

'Que o Puro Amor se expanda, Agora'

Namaste

Rui

Prem Baba em Rishikesh

O regresso a Rishikesh parecia-me a melhor escolha para praticar Yoga e contactar as Filosofias Indianas. Certamente que mais tarde escreverei algo acerca do assunto, mas o meu interesse ultrapassa a mera prática de asanas (posturas), vulgarmente conhecido como Hatha Yoga.

Rishikesh cresce, torna-se comercial, os peregrinos parecem ser cada vez mais... Yoga de vários estilos, Reiki, massagens de todos os tipos, limpezas corporais... tudo é possível aqui. Esta Rishikesh parece abalar o imaginário de muitos visitantes que chegam pela primeira vez, mas mais uma vez é sábio não ter expectativas, pelo menos exageradas e estar aberto.

Uns dias após ter chegado ao Ved Niketan, onde venho a ficar no mesmo quarto de 2006 (sabe-se lá porquê), encontro Karl e Lorna, um casal que conhecera em Amaravati. Foram eles que me falaram de um Guru Brasileiro que estava em Laxman Jhula, a pouco mais de dois quilómetros de onde me encontrava.

Fui uma primeira vez, o que foi o suficiente para passar a ir todos os dias, até ao final do Satsanga (Satsanga significa: "sentar em companhia da verdade").

Parece-me que há coisas que têm mesmo que ser vivenciadas, pois é muito difícil falar sobre elas; pelo menos eu não o sei fazer, tenho a sensação que serão mal interpretadas, ou até ridicularizadas... Eu próprio sinto-me vulnerável, pois uma coisa é ter uma compreensão intelectual... e outra coisa é ter a realização interna...

O site dá uma óptima ideia dos seus ensinamentos e muito mais: http://www.prembaba.org.br/ensinamentos.htm

O percurso de Prem Baba transporta-o do Brasil ate à Índia. Entre várias áreas distintas e sem relação aparente, Psicologia e Xamanismo parecem ter tido um destaque especial no seu desenvolvimento pessoal. A Índia 'traz-lhe' o Guru, Sri Maharaji, e as Filosofias Indianas...

Prem Baba acaba por ser uma síntese destes aspectos e alguém que faz justiça ao nome que tem; Prem Baba significa Pai do Amor.

http://www.prembaba.org.br/bio.htm

Namaste

Portugal, porta de entrada ou de saida?

No final de 2007 estava decidido a satisfazer o coração de minha mãe (o que procuro fazer sempre) passando o Natal com a família, e perceber que passos dar em seguida. A única certeza que tinha era: o que viesse a acontecer teria de respeitar o tempo para as práticas diárias (sadhana), especialmente a meditação.

Foi com ajuda externa, de quem muito admiro, que pude clarificar e compreender o próximo passo a dar; aprofundar o Yoga e as Filosofias Indianas, o que voltaria a trazer-me à Índia!

Um sentimento de crescente confiança vai-se abrindo à "Inteligência Cósmica" que através de uma linguagem muito própria nos fala de uma atitude de entrega pela qual as respostas nos vão chegando no seu tempo e espaço específicos... Contudo, é sempre muito difícil falar de certezas, pois quando parece que começo a perceber alguma coisa, descubro que na realidade não há certezas de nada. A única certeza que parece haver é a própria incerteza.

O que procuro exercitar é esta vivência no presente e aprofundar os mecanismos da mente...

Namaste

sábado, maio 31, 2008

2007 - Ano Theravada (2550)

A Índia trouxe novas necessidades que se foram manifestando num desacelerar progressivo, em que a razão de tal se deve a um crescente desinteresse em relação ao mundo exterior, e um crescente reconhecimento que a Fonte se encontra no Interior...

A compreensão de que a meditação é uma das melhores formas de contactar este mesmo Interior levou-me a Inglaterra, ao mosteiro de Amaravati, para o retiro de Inverno.

Foi um privilégio poder ouvir os ensinamentos de Ajahn Sumedho sobre a "Plena Atenção" integrado nas "Quatro Nobres Verdades" de Buddha. Viver nesta comunidade foi uma oportunidade única para a pratica da meditação, conhecimento da tradição Theravada, serviço na comunidade e como brinde especial o contacto com a comunidade de monásticos Portugueses que ali se encontram, que muito têm contribuído para que o Budismo se faça presente também em Portugal.

Para além das práticas e trabalhos na comunidade, lembro os passeios e conversas sempre interessantes nos enlameados caminhos pedestres de Inglaterra, onde veados, esquilos, coelhos... nos espreitavam atentos; ou a presença da neve trazia uma candura acrescida descendo sobre Amaravati como bênções e despertando a vontade de moldar aquela neve, que por momentos deixou realizar um desejo de criança, quando pude fazer um boneco de neve com quase 2 m de altura. Devo dizer que a criança ficou cansada, mas especialmente feliz!

É praticamente impossível em poucas linhas falar de uma experiência que durou praticamente um ano, com estadia em dois mosteiros: Amaravati e Chithurst e uma pequena passagem por Portugal.

Todo este contacto com o Budismo Theravada é fechado com chave de ouro, pois coincidência (ou não) todas as circunstâncias se juntaram para que pudesse acompanhar a visita de Ajahn Sumedho a Portugal, no final do ano de 2007.

Por todos os motivos foi um enorme prazer vivenciar com o meu amigo Dhammiko (monge) e Ajahn Sumedho, a quem podia prestar os meus humildes serviços, que passaram pela preparação de um arrozinho de coentros com cenouras, (que devia ficar cremoso) e o sumo de cenoura para o pequeno almoço (...) conduzir, algumas compras, entre outras coisas menores.

Posso dizer que me sentia um discípulo feliz. Mais que servir o Guru, algo muito considerado no Oriente e de uma profundidade nem sempre compreendida pelo 'Ocidental', o facto de estarmos na mesma casa permitiu partilhar muito mais que o mesmo teto, mas também muitas ideias, vivencias, esclarecer duvidas e vê-lo sempre bem-disposto com o seu sorriso único. Só de ouvir aquele sorriso aberto e profundo, como se ali dentro estivesse uma criança que se sente livre para rir ternamente das suas e das limitações humanas em geral é suficiente para fazer-nos reflectir no ridículo de muitas das nossas ideias, por vezes tal causadoras de tantas ansiedades, tensões, preocupações desnecessárias, dores... etc. etc. O Poder do riso: quão forte é!

Site do mosteiro de Amaravati: http://www.amaravati.org/abmnew/index.php


Site do mosteiro de Chithurst: http://www.cittaviveka.org/

Namaste

"naindia.blogspot.com" - ATÉ QUANDO?

Em 2006, o uso deste espaço foi apropriado tendo em conta o tipo de viagem que fiz, onde facilmente comunicava as minhas vivências e punha umas fotos... A viagem terminou e o blog tem andado um pouco à deriva de algumas notícias pontuais.

Nos últimos dias tenho-me questionado acerca deste espaço. Acabar ou continuar?

Aparentemente faz todo o sentido continuar, já que me encontro novamente cá, isto é, na Índia.

Depois existem 53 euros de publicidade que estão na conta do Google que bem melhor estariam na minha... Mas parece que só os recebo quando a importância chegar aos 100 euros! Quererá isto dizer que tenho de o manter pelo menos mais dois ou três anos? :)

Seja como for o espírito da viagem actualmente é muito diferente e o blog naturalmente mudará também. A viagem tem passado por um processo de sedentarização: desde Janeiro que me encontro em Rishikesh sem que hajam grandes movimentações. Por outro lado, as fotos estão cada vez mais difíceis, pois actualmente não tenho máquina digital pessoal. Mas como "na Índia tudo pode acontecer", então vamos ver o que acontece...


Namaste

quinta-feira, maio 01, 2008

Deixar de fumar: "O Método Simples"

Que dizer de um livro 'que faz' com que seja possível deixar de fumar? Na realidade não há nada a dizer, para além de aconselhar fumadores e não-fumadores a lerem O Método Simples para Deixar de Fumar, de Allen Carr. Porquê a referência aos não-fumadores? Porque normalmente o familiar, o amigo (...) do fumador, nas suas melhores intenções para ajudá-lo a parar, o que faz na realidade é trazer uma dose extra de pressão; quando diz: "Não vês que estás a prejudicar a saúde?" ou "Não sabes que estás a matar-te" (...) Quem melhor que o próprio para saber? O fumador não precisa que digam o quanto se está a prejudicar! Na prática o resultado é que o fumador, que já se sentia mal, sentir-se-á ainda pior, e acabará por fumar ainda mais! "Remédio bom é aquele que cura", o que não é o caso.
Então o que fazer?
Aconselhar a leitura de O Método Simples para Deixar de Fumar
Caso o leitor não mostre interesse em ler o livro é porque o medo de largar o seu "amiguinho" tem dimensões e contornos que o próprio desconhece. O não-fumador ao ler o livro conseguirá através de uma compreensão empática ver o mecanismo desta toxicodependência. Estará assim em condições de ajudá-lo a remover o medo usando uma abordagem positiva, fundamental para que o fumador ganhe coragem, tornando-se ele próprio o protagonista da sua libertação. Como diz Allen Carr: "O aspecto mais patético do tabagismo é que o gozo que o fumador tira do cigarro é o prazer de tentar voltar ao estado de paz, tranquilidade e confiança que seu corpo tinha antes de ser viciado".
Radical e surpreendente é o desafio que Allen Carr faz aos fumadores: "Vou fazer-lhe uma oferta que não pode recusar. Paga-me 1500 euros e eu forneço-lhe cigarros gratuitos durante o resto da sua vida." Ninguém aceitou a proposta, que para alem de estar no livro, tem sido anunciada na televisão e rádio de Inglaterra! Isto só prova que ninguém faz intenções de fumar ate ao final das suas vidas! Provando que todos desejam parar entretanto. Mas porque não acontece? Porque parece ser tão difícil? Porque o momento de parar se arrasta anos e anos? (...)
É aqui que as compreensões feitas pela leitura do livro "O Método Simples para deixar de Fumar" ajudarão a ver as ilusões do tabagismo e a não esperar para que algo aconteça para parar, mas a parar quanto antes. "Na toxicodependência fica-se cada vez mais viciado, não cada vez menos".
Que o momento seja quando acabar de ler o livro e o mais próximo do agora! Sim, pode fumar enquanto lê! Até neste aspecto o "Método Simples" tem uma abordagem única!
Pelo Prazer de ser livre!
Esta foi a forma que escolhi para agradecer a Allen Carr e ao "Método Simples".
Site: http://www.dquixote.pt/Livre/Ficha.aspx?id=550
'Que o Puro Amor continue a sua expansão'
Rui

sábado, janeiro 19, 2008

Exposição

A exposição "324 dias na Índia" volta a mostrar-se ao público numa versão melhorada, agora na Galeria da Casa de Cultura D. Pedro V em Mafra, entre 8 de Março e 6 de Abril de 2008.

Como sempre, estão todos convidados a participar e a divulgar.

Namaste
Rui Pereira

Nota: Clicando na publicidade deste blog também estará viajando. :)

quinta-feira, janeiro 17, 2008

ROUBADA


ESTA ESTÁTUA OFERECIDA EM 2005 À FUNDAÇÃO MAITREYA ENCONTRA-SE NO "DESCONHECIDO" DESDE 6 DE JANEIRO DE 2008, DIA EM QUE FOI ROUBADA.
QUALQUER INFORMAÇÃO É IMPORTANTE.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

PARTILHAS

"Namaste

Desejos de um 2008 cheio de realizações.

Deixo o link para a exposição virtual de fotos que foram tiradas na India, em 2006. (Ao vivo são mais bonitas :)).
http://rp.manifestado.com/
Acerca da mesma experiência fica o link para um texto que escrevi que está no site da Fundação Maitreya: http://fundacaomaitreya.com/artigo.php?ida=471

Que o "Puro Amor" habite nos nossos corações e se difunda à nossa volta.

Feliz 2008"
Rui Pereira