(A viajem pelo Nepal e posteriormente, pelo Bihar, clarificaram o passo a dar em seguida, mas como tudo acontece é algo que talvez um dia venha a abordar... Pelo simples motivo de fazer parte de um presente que ainda preciso de digerir.)
Em Rishikesh;
O reencontro com Rishikesh fora atribulado fazendo-me alterar os planos abruptamente; contudo, também estas alterações parecem fazer parte do "plano" que cada vez mais me afastam do meu querer pessoal. Uma atitude aceitante destas alterações tem revelado significados e experiências que de outra forma, certamente, não aconteceriam...
Rishikesh tem-se tornado numa segunda casa neste deambular por terras da Mãe Índia. O próprio nome transporta um significado profundo (Rishi+Kesh), que significa "cabelo do Rishi". Posto assim parece não ter nada de especial, mas na cultura Hindu, "Rishi" é aquele Ser que compreendeu, não só as leis físicas, mas também as leis dos planos invisíveis, tendo poder para actuar em todos estes planos; "Rishi" é uma espécie de cientista conhecedor de todos os planos da manifestação. A linguagem dos símbolos, refere "cabelo" como "vibração"; querendo isto dizer que naquele solo estas qualidades estiveram e estão presentes, afectando, normalmente inconsciente, todos aqueles que por ali passam.
Não será por "simples acaso" que um ano antes (ultima série de fotos deste blogue) recebera a iniciação no Mantra Guru (Diksha) com todo o simbolismo do corte do cabelo (corte das vibrações antigas) com a oferta ao Ganges (Mãe Ganges) de tudo o que é velho para deixar crescer as novas vibrações que serão uma emanação do ritual em si e da energia do local. (...) Todo este ritual acontece sem que tivesse qualquer ideia destes significados.
Em Delhi;
Dois ou três dias depois, encontro-me em Delhi, onde consulto dois médicos acerca de algumas mazelas algo recorrentes, recebendo a informação que não haveria nada de especial, o que me deixou mais tranquilo... O sadhana regular com práticas tipo meditação, Yoga, técnicas de relaxamento... parecem ajudar a trazer à superfície estas mazelas que uma vida mais virada para o exterior deixa passar despercebido. O outro aspecto é que as práticas em si actuam na própria mente tornando-a mais sensível (...), e quando não sabemos o que está em causa, o melhor mesmo é ir ao médico! :)
Entre o médico e as viagens no moderno metro de Delhi ainda pude ver o Red Fort (Forte Vermelho), construção sultana do Império Mugal, misturado com as construções no interior das muralhas de edificações do Colonialismo Britânico, ou o frenético mercado das especiarias e frutos secos, mesmo ali em frente.
Caminho por Dedhi entre estes mistos de cultura e algumas conversas que tenho pontualmente com os locais e outros viajantes; lembro-me de uma questão de um Japonês que se admirava acerca do Portugal do presente parecer desaparecido quando comparado com o Portugal de outros tempos, ou do Esloveno que aparecendo no meio da conversa, conta a história, ainda indignado, do aparecimento de um jogo popular na Índia, que envolve episódios macabros de uma "donzela" Portuguesa...
Delhi mostrou-se agradável mas a minha atracão por cidades parece reduzir-se a muito pouco...
Em Agra;
A minha descida leva-me ao famoso Taj Mahal que sem dúvida é digno de ser apreciado. Foi dedicado a Mumtaz Mahal, segunda mulher do Imperador, que morrera ao dar à luz o 14º filho. Em sua memória o Imperador, Shah Jahan, edifica este mausoléu, onde também ele viria a ser sepultado; Tagore, poeta de Bengala, virá a descrevê-lo tão simplesmente como: "Uma lágrima na face da eternidade".
Não muito longe fica também o mausoléu de uma das maiores referencias da India, Akbar, que segundo varias fontes fora um dos mais sábios governantes da Índia. Se bem me recordo, Akbar, promovera vários encontros inter-religiosos num espírito de tolerância e partilha, onde também os Portugueses, provenientes de Goa, participaram.
Em Ajanta e Ellora;
Um pouco mais abaixo, mas já no Estado do Maharashtra, visito Ajanta e Ellora num entalhado de Templos escavados na rocha que parecem concorrer entre si ao premio de arquitectura, onde as três religiões ancestrais da Índia se encontram representadas: Hinduísmo, Jainismo e Budismo.
O Lonelly Planet refere que Ajanta após o seu período áureo, 200 a.C. a 650 d.C., só viria a ser redescoberto em 1819, por um caçador Inglês. Pergunto-me qual não deveria ter sido o espanto deste Inglês ao deparar-se com tais constrições que apresentam um assinalável estado de conservação; não só as edificações mas muitas das estátuas e inclusive pinturas sobreviveram nos domínios do subconsciente da Humanidade para reemergirem novamente à luz de um novo dia.
Em Yacharam Ashram;
A minha descida levava-me para o Andhra Pradesh, não longe de Hyderabad, procurando eu o "meu" Guru que me parece fugir por entre os dedos.
Curioso o detalhe de um dia ter desejado visitar as nascentes do Ganges, no Himalaia, e parece que a viajem me leva cada vez mais para Sul. Neste momento encontro-me no Sri Lanka, não longe do ponto mais meridional!
Talvez o descer faca parte da subida. :)
(A próxima edição será acerca desta experiencia, no Yacharam Ashram, que dei o nome de "Os diamantes de Neeraj", passado durante a segunda quinzena de Nov., Dez. 08, Jan. e primeira quinzena de Fevereiro de 09.)
Saudações de LUZ
sábado, março 07, 2009
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