Pendindo as maiores desculpas por nao escrever a todos os meus amigos pessoalmente, venho por este meio desejar Boas Festas a todos, sem excepcao. :)
Que o Natal nasca em todos os nossos coracoes e que a LUZ nasca definitivamente sobre a este planeta! Que o Amor, a Paz, a Luz se expandam sem reservas!
Que o 2007 vos traga tudo o que desejam.
FELIZ NATAL E FELIZ ANO 2007
Nota: Nos proximos dias espero ter condicoes para finalizar este blog, no que se refere 'a experiencia Indiano. Vamos ver... :)
domingo, dezembro 24, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
quinta-feira, julho 20, 2006
NEPAL 5 - Lumbini
(ATENÇÃO: LER POR ORDEM CRESCENTE: NEPAL 1, 2, 3, 4 e 5).
Lumbini é o local do nascimento de Siddhartha Gautama, aquele que viria a ter os atributos de Buddha e chamado de "Buddha". Lumbini fica a sul do Nepal e já próximo da fronteira Indiana.
Maya Devi, a mãe de S. Gautama, terá ido em viagem de Kapilavastu, onde morava, em visita aos seus pais. É em plena viagem que vem a nascer o futuro Buddha. No local existe um pequeno lago, considerado sagrado e onde supostamente Maya Devi se terá lavado. Vestígios vários do primeiro templo dedicado a Maya Devi e o local onde Gautama terá nascido, conhecido como "Marker stone", encontram-se dentro de um edifício de construção recente (Foto).
No redor existem vários vestígios de outros edifícios, como mosteiros, stupas... de várias épocas. Existe um "Pilar de Ashoka", o imperador peregrino que esteve nos locais mais importantes da vida de Buddha.
Como se sabe o budismo foi praticamente esquecido após o séc. V na Índia e Nepal. Muitos destes locais, no Nepal, só recentemente têm sido alvo de pesquisas arqueológicas credíveis como é o caso de Kapilavastu, onde Gautama terá vivido a sua vida palaciana e completamente "afastado das misérias do mundo", por imposição do pai.
Entre vários vestígios, ainda existe uma parte daquele que terá sido o portão que Gautama terá passado quando abandonou o palácio. Hoje só existe uma parte desta arcada que se encontra dobrada na base, reflexo dos séculos e da fragilidade dos tijolos de barro; ou será que se dobraram à grandeza de tão grande ser? (foto)
Em Lumbini estão em construção, num projecto integrado, vários mosteiros e templos que são oriundos dos países onde o budismo tem forte expressão, havendo contudo outras situações como caso dos templos Alemão e Francês. Entre estes templos já construídos destaco o da China e Tailândia.
Fiquei uns dias no mosteiro Coreano que tem em construção um imponente templo de três andares. O local é muito tranquilo e a comida Coreana tem sido uma óptima descoberta. Estive no mosteiro até dia 18 de Julho seguindo em direcção ao Punjab, mas tal será noticiado numa próxima oportunidade.
Tudo de bom para Vós e não se esqueçam de ir vendo (clicando) a publicidade deste blog. :)
Namaste
R.P.
NEPAL 4 - Pokhara
Pokhara fora nos anos 70 uma espécie de paraíso de Yuppies que ao passarem por aqui acabavam por ficar muitos meses, por vezes anos... Para além de algumas plantas especiais, compreende-se o encanto de Pokhara, com um clima um pouco mais fresco, um belo lago com mais de 6 kms e as magnificas paisagens dos himalaias... Que eu só vi nos postais, já que devido às "nuvens estacionárias da monção" mantiveram as montanhas permanentemente encobertas.
Apesar de bastante turístico continua a ter o seu encanto. É de Pokhara que se iniciam muitos dos trekkings de alta montanha, sendo o mais popular o de Annapurna.
Das várias actividades que, eu e o Nuno fizemos, destaco o rafting. Não fosse a calma dos outros elementos (organização e tripulação), acho que não teria entrado no bote! Foi como espécie de prova, enfrentar certos medos.
As sensações variam entre o fluir com o próprio rio no interior das montanhas e os momentos de maior agitação e turbulência, superados pelos movimentos sincronizados da tripulação à ordem do "comandante", com uns banhos refrescantes à mistura.
De regresso a Pokhara, viajamos num autocarro local, e qual não é o nosso espanto, ao ver os últimos lugares ocupados por cerca de 30 cabras! Com bilhetes especiais, a um terço do normal e "direito" a sair pela janela (foto).
Apesar de bastante turístico continua a ter o seu encanto. É de Pokhara que se iniciam muitos dos trekkings de alta montanha, sendo o mais popular o de Annapurna.
Das várias actividades que, eu e o Nuno fizemos, destaco o rafting. Não fosse a calma dos outros elementos (organização e tripulação), acho que não teria entrado no bote! Foi como espécie de prova, enfrentar certos medos.
As sensações variam entre o fluir com o próprio rio no interior das montanhas e os momentos de maior agitação e turbulência, superados pelos movimentos sincronizados da tripulação à ordem do "comandante", com uns banhos refrescantes à mistura.
De regresso a Pokhara, viajamos num autocarro local, e qual não é o nosso espanto, ao ver os últimos lugares ocupados por cerca de 30 cabras! Com bilhetes especiais, a um terço do normal e "direito" a sair pela janela (foto).
NEPAL 3 - A experiência de Nuno
Nuno Pereira, saíra há cerca de um ano de Geneve, na Suíça, percorrendo cerca de 20 países até chegar à India. Passando por variados locais de interesse como a Polónia, Ucrânia, Roménia, Turquia, Irão, Afeganistão, Paquistão e finalmente a Índia, entre outros. É o contacto com a Índia que trás alterações significativas na sua viagem. Abaixo ficam as suas primeiras impressões aquando da chegada a esta terra, retirado do mail que enviou aos amigos, numa transcrição integral:
Foto tirada junto à Pagoda da Paz, em Lumbini.
Um abraço pela PAZ.
"Amigos,
Após um mês de viagem pela Índia, vou tentar pôr durante instantes a preguiça de lado, para vos transmitir as minhas primeiras impressões sobre este extenso e misterioso pais. Mas como pôr a Índia 'por escrito', sem cair na caricatura ou nos lugares-comuns?
Assente na propaganda do primeiro cartaz que vi ao passar a fronteira ('India the largest democracy in the world welcomes you'), eu tinha previsto falar-vos de política, desta 'democracia' à indiana, onde todos opinam sobre (quase) tudo - aliás aqui é costume dizer que 'cada parede é um mijadouro', o que é verdade no sentido próprio e figurado... Depois, eu teria passado a falar da inamovível religião - a dos digníssimos Sikhs de Amritsar ou a dos milhões de templos hindus, com as suas estatuetas kitsch de deuses sorridentes, que ninguém deveria levar a sério. Teria acrescentado um ou dois comentários triviais sobre a pluralidade da sociedade indiana, com as suas centenas de línguas e de comunidades.
Não teria obviamente deixado de destacar as escandalosas injustiças sociais, que acarretam os seus ultrajes diários, patentes a cada esquina, que indicam uma divisão social cruel, da qual sofrem sobretudo todos os anónimos que a burocracia bem-pensante estampilha BPL ('below poverty line'), que passam a vida a sobreviver, no campo ou sobre o chão das cidades.
Depois dessa introdução, teria continuado narrando-vos alguns encontros marcantes, como o de Mady, jovem cujos pais recompensaram com um 'bamboo massage', quando souberam que ele frequentava uma rapariga oriunda de uma casta inferior. Ou o de Nyima, o sempre optimista professor tibetano de Dehra Dun, que carrega com um sorriso a memória do exílio. Não teria esquecido de vos apresentar o canhoto Dalir, que me confessou odiar deus, desde que este lhe retirou as faculdades da mão esquerda (consola-se dizendo que, pelo menos, os seus órgãos sexuais não foram atingidos...). Ter-vos-ia também contado os meus primeiros contactos com os enigmáticos sadus e com os menos enigmáticos garotos que jogam criquete sobre os ghats de Varanasi. Esta cidade até teria proporcionado o quadro mais pitoresco, com as suas ruas labirínticas que cheiram a incenso e a merda de vaca, com os seus inúmeros peregrinos, que se lavam, fazem a 'puja' (cerimonia de oferenda e reza), o seu yoga, ou as suas necessidades a beira do 'Ganga'; com aquele velho boatman, que me contou que o whiskey local purifica quase tanto quanto a agua benta do Ganges, que o velhote até bebe sem medida, apesar da concentração bacteriológica assustadora.
Para fazer crescer agua na boca e vos incitar a visitar este pais, teria feito quaisquer observações sobre as maravilhas da comida indiana. Todavia, ter-vos-ia de imediato aconselhado a não pôr os pés aqui, para evitar o assedio descarado de que os turistas são frequentemente vitimas.
Teria terminado com uns relatos animalescos, para vos comover. Da narração das minhas brincadeiras com os macacos, teria prosseguido com a história de uma cadela de Allahabad, que faz de policia a volta do cadáver de um (o seu?) cachorro. Misturando ternura e nojo, ter-vos-ia logo a seguir descrito como os cães devoram durante três dias um cadáver de vaca pranha, que comeu provavelmente demasiados jornais antigos. Dando a derradeira estocada, ter-vos-ia por fim descrito o cheiro de carne (humana, desta feita), que arde no Harishchandra Ghat de Varanasi.
Mas chegou o tempo da ruptura. A Índia acabou com a rotina de viagem na qual eu me comprazia. Este país desgastaste põe constantemente à prova o viajante. Os meus hábitos transformaram-se de forma significativa: passo semanas sem comer carne (inexistente nalguns locais), curo-me com porridge de banana e cha massala. Escovo os dentes com pasta ayurvedica (sem flúor, mas com bastante espuma) e apercebo-me através de algumas sessões de yoga a que ponto o meu corpo esta enferrujado após 7 meses de viagem e 28 anos de descuido...
Também devo reavaliar as minhas interacções com as pessoas, que se fazem por vezes em modos desnorteantes, e até contrários aos meus princípios. Novos (ou velhos) sentimentos aparecem: raiva, ira, impaciência. É necessário compreendê-los e geri-los.
Sigo o Ganges, rio abaixo, rio acima, sem saber ao certo aonde vou. As etapas esboçam-se no dia-a-dia. Experimento a lentidão, a arte de fazer pausas na viagem, sem estar sempre a olhar para o relógio ou para o calendário. Passo por conseguinte ao lado de muitos eventos (festivais...) e só chego a Allahabad depois do fim do Magh Mela, para observar os mergulhos de jovens pescadores na corrente rápida do Ganges, à procura de moedas que os milhares de peregrinos atiraram para o rio. Já não me apetece andar em correrias par ver tal monumento, tal lugar, para assistir a tal manifestação.
Confesso que nunca me senti tão sozinho nesta viagem. O que não deixa de ser um paradoxo num país que conta mais de um bilhão de habitantes (400 milhões só na bacia do Ganges!), com ruas abarrotadas de gente, rickshaws (a pedais ou com motor) e vacas. Sofro de solidão, mas também opto pela solidão. Chegou o tempo da reflexão e da introspecção, da incerteza, de por em causa vários condicionamentos. Enquanto a realidade social de um pais radicalmente diferente daqueles que atravessei até agora se vai progressivamente dando a conhecer, dou comigo a procurar instrumentos de compreensão no 'mim mesmo'. Absurdo?...
Munido de 1000 dúvidas e da minha ignorância do sub-continente, sou um aprendiz-viajante, que tem à sua frente uma oportunidade rara de perceber o que significam, na prática, a humildade e a compaixão. A humildade, talvez possa enraizar-se no meu próprio nome, que significa 'pila' (pénis de jovem rapaz) em hindi... Compreende-se facilmente que tal cognome é logo à partida um punhal plantado na minha frágil credibilidade... A compaixão, essa, afigura-se-me como uma noção muito mais insondável.
Um abraço cheio de saudades,
Nuno"
terça-feira, julho 18, 2006
NEPAL 2 - Kathmandu
Depois de problemas inesperados com os cartões de multibanco, ficando impossibilitado de levantar dinheiro, vejo-me em Kathmandu com uns troco e vários dias de espera, até que volte a ter os novos cartões. Situação resolvida com a preciosa ajuda da minha família a quem agradeço.
A situação era propícia para encontrar alguma actividade mais interessante do que esperar por cartões de multibanco.
Assim inscrevo-me no segundo curso Vipassana, que começava no dia seguinte (de que já falei anteriormente).
Os primeiros dias foram um pouco complicados pelas dores e tosse, que me desconcentrava a mim e certamente aos outros. Acabou por ser uma espécie de purificação e a meditação acabou por ser mais profunda e sentida que da primeira vez.
A partir do segundo curso passa-se a "Old student" aumentando as restrições de acordo com os preceitos Budistas (Sila), mas em termos práticos equivale a dizer que após o almoço não há mais alimentos, só um "lemon water", que ganha um sabor especial.
A grande surpresa estava para chegar, quando no último dia, já depois de "quebrado o silêncio", abraço muito espontaneamente um fulano que fala comigo em português. Não sei se foi pelos dias de Silêncio ou por ser o primeiro português que encontro após 6 meses de viagem! Chama-se Nuno Pereira, vive na Suíça há alguns anos, ensina história e é bem Português! Havia também Nicolas, francês, que vive no Brasil e fala bem Português, entre vários ocidentais.
Como "não ha três sem duas", venho a encontrar um outro Português, de Leiria, que viajava há um ano e meio. Daniel que numa história de encantar vem a conhecer uma Nepalesa, de Pokhara, com quem casara à cerca de uma semana. Relações Luso-Nepalesas que desejo as maiores felicidades.
Depois do Vipassana, quando voltei à cidade as pessoas que conhecia tinham mudado, os problemas com cartões já não existiam e sentia-me bem mais saudável! A selecção tinha passado a fase de apuramento o que foi bom de se saber. Não fui o único a vibrar com a selecção Portuguesa. Os Nepalesas vibram com o futebol torcendo pelas equipes mais desconhecidas e com menos palmares. No centro comunitário do campo de refugiados tibetanos p.e., em Pokhara, no jogo das meias-finais, 75% estavam por Portugal e os restantes pela França. Chegamos a ver camisolas da Selecção! Sem dúvida que cria uma maior proximidade, falavam de Portugal, do Figo, do C. Ronaldo...
Partilhando algumas actividades com o Nuno ainda visitamos Patan (foto) e Baktapur,
nos arredores de Kathmandu. Destaco os centros destas localidades que nos transportam a tempos medievais com os seus palácios e variados templos continuando estes a fazer parte da vida das pessoas. Muitos deles continuam a permitir só a entrada a Hindus.
A construção da maior parte dos edifícios era e é feita com os "tijolos de burro" e com magníficos trabalhos em madeira que embelezam as janelas, portas e telhados. Autênticas obras de arte.
A situação era propícia para encontrar alguma actividade mais interessante do que esperar por cartões de multibanco.
Assim inscrevo-me no segundo curso Vipassana, que começava no dia seguinte (de que já falei anteriormente).
Os primeiros dias foram um pouco complicados pelas dores e tosse, que me desconcentrava a mim e certamente aos outros. Acabou por ser uma espécie de purificação e a meditação acabou por ser mais profunda e sentida que da primeira vez.
A partir do segundo curso passa-se a "Old student" aumentando as restrições de acordo com os preceitos Budistas (Sila), mas em termos práticos equivale a dizer que após o almoço não há mais alimentos, só um "lemon water", que ganha um sabor especial.
A grande surpresa estava para chegar, quando no último dia, já depois de "quebrado o silêncio", abraço muito espontaneamente um fulano que fala comigo em português. Não sei se foi pelos dias de Silêncio ou por ser o primeiro português que encontro após 6 meses de viagem! Chama-se Nuno Pereira, vive na Suíça há alguns anos, ensina história e é bem Português! Havia também Nicolas, francês, que vive no Brasil e fala bem Português, entre vários ocidentais.
Como "não ha três sem duas", venho a encontrar um outro Português, de Leiria, que viajava há um ano e meio. Daniel que numa história de encantar vem a conhecer uma Nepalesa, de Pokhara, com quem casara à cerca de uma semana. Relações Luso-Nepalesas que desejo as maiores felicidades.
Depois do Vipassana, quando voltei à cidade as pessoas que conhecia tinham mudado, os problemas com cartões já não existiam e sentia-me bem mais saudável! A selecção tinha passado a fase de apuramento o que foi bom de se saber. Não fui o único a vibrar com a selecção Portuguesa. Os Nepalesas vibram com o futebol torcendo pelas equipes mais desconhecidas e com menos palmares. No centro comunitário do campo de refugiados tibetanos p.e., em Pokhara, no jogo das meias-finais, 75% estavam por Portugal e os restantes pela França. Chegamos a ver camisolas da Selecção! Sem dúvida que cria uma maior proximidade, falavam de Portugal, do Figo, do C. Ronaldo...
Partilhando algumas actividades com o Nuno ainda visitamos Patan (foto) e Baktapur,
nos arredores de Kathmandu. Destaco os centros destas localidades que nos transportam a tempos medievais com os seus palácios e variados templos continuando estes a fazer parte da vida das pessoas. Muitos deles continuam a permitir só a entrada a Hindus.
A construção da maior parte dos edifícios era e é feita com os "tijolos de burro" e com magníficos trabalhos em madeira que embelezam as janelas, portas e telhados. Autênticas obras de arte.
NEPAL 1 - Kathmandu
Quando pensava que tinha que me deslocar ao Nepal para renovar o visto, que terminava em Junho, ficava um pouco ansioso. Nada de especial me atraia, as noticias que ainda no mês de Abril se viam na TV contribuíam para aumentar este estado de dúvida. Depois do "Abril quente" onde a oposição lutou contra o sistema monárquico, entrou-se num período de alguma normalidade. Parece que o rei cedeu às posições da oposição e entraram num processo de negociações... Que não será fácil pois há partidos que querem rei, outros que nem por isso. Alem disso há ainda os Maoistas que estão no terreno com armas, controlando as áreas mais interiores do Nepal. Actualmente elabora-se uma nova constituição com o objectivo de democratizar o país.
Do mapa que comprara à entrada do Nepal ouve duas coisas que me chamaram a atenção "Nepal enjoys the distinction of being the only Hindu Kingdom in the world", tendo em conta que foi aqui que nasceu Siddhartha Gautama, foi algo que surpreendeu.
A outra foi "Nepal has more 60 ethnic groups and 70 spoken languages", para um universo de pouco mais de 20 milhões de habitantes! É contudo o Nepali (Nepalês) e o Inglês as mais comuns, pelo menos nos locais turísticos.
Assim depois de passar a fronteira em Kakarbhita, faço uma viagem de 21 horas de autocarro ate Kathmandu, não sem antes haver os percalços do costume, como um furo e uns problemas de motor. Tudo se resolve, mesmo durante a noite com as falhas habituais de luz eléctrica!
Kathmandu está calma, havendo alguns soldados nas ruas que patrulham calmamente os pontos mais importantes da cidade. Parece haver alguma preocupação com os turistas que a par da monção praticamente desapareceram. Os Nepaleses vivem um ambiente de alguma incerteza, desconfiança, mas acima de tudo existe uma grande esperança no futuro.
O turismo tem uma importância fundamental no Nepal, principalmente o turismo ligado às montanhas: trekking de alta montanha e vários desportos radicais. Protegidas pelos 16 parques nacionais fazem dos Himalaias Nepalês um paraíso do trekking e observação da vida selvagem.
Encontrei Shoko de Espanha, envolvido com as suas novas tatuagens e James da Escócia que procurava resolver um problema com o passaporte, conhecimentos de locais anteriores.
Visitei Swoyambhunath stupa também conhecida como "templo dos macacos" e Boudhanath Stupa ambos ligados ao budismo e relevantes pela antiguidade e centros de peregrinação.
O que mais me impressionou foi Pashupati Nath Temple. Templo Hindu onde fazem as cremações, que apesar da chuva foi possível observar. Quão rápido desaparece um corpo! Cerca de uma hora é suficiente para ficar reduzido a cinzas, que por sinal são atiradas ao rio. Na Durbar Square visitei Kumari Temple. Kumari é uma representação da divindade. É uma moça virgem que vive cerca de um ano no templo como símbolo de pureza, sendo possível vê-la às 4:00 p.m. na janela do templo.
A foto em baixo é do Pashupati Nath Temple. Representações de Shiva.
Do mapa que comprara à entrada do Nepal ouve duas coisas que me chamaram a atenção "Nepal enjoys the distinction of being the only Hindu Kingdom in the world", tendo em conta que foi aqui que nasceu Siddhartha Gautama, foi algo que surpreendeu.
A outra foi "Nepal has more 60 ethnic groups and 70 spoken languages", para um universo de pouco mais de 20 milhões de habitantes! É contudo o Nepali (Nepalês) e o Inglês as mais comuns, pelo menos nos locais turísticos.
Assim depois de passar a fronteira em Kakarbhita, faço uma viagem de 21 horas de autocarro ate Kathmandu, não sem antes haver os percalços do costume, como um furo e uns problemas de motor. Tudo se resolve, mesmo durante a noite com as falhas habituais de luz eléctrica!
Kathmandu está calma, havendo alguns soldados nas ruas que patrulham calmamente os pontos mais importantes da cidade. Parece haver alguma preocupação com os turistas que a par da monção praticamente desapareceram. Os Nepaleses vivem um ambiente de alguma incerteza, desconfiança, mas acima de tudo existe uma grande esperança no futuro.
O turismo tem uma importância fundamental no Nepal, principalmente o turismo ligado às montanhas: trekking de alta montanha e vários desportos radicais. Protegidas pelos 16 parques nacionais fazem dos Himalaias Nepalês um paraíso do trekking e observação da vida selvagem.
Encontrei Shoko de Espanha, envolvido com as suas novas tatuagens e James da Escócia que procurava resolver um problema com o passaporte, conhecimentos de locais anteriores.
Visitei Swoyambhunath stupa também conhecida como "templo dos macacos" e Boudhanath Stupa ambos ligados ao budismo e relevantes pela antiguidade e centros de peregrinação.
O que mais me impressionou foi Pashupati Nath Temple. Templo Hindu onde fazem as cremações, que apesar da chuva foi possível observar. Quão rápido desaparece um corpo! Cerca de uma hora é suficiente para ficar reduzido a cinzas, que por sinal são atiradas ao rio. Na Durbar Square visitei Kumari Temple. Kumari é uma representação da divindade. É uma moça virgem que vive cerca de um ano no templo como símbolo de pureza, sendo possível vê-la às 4:00 p.m. na janela do templo.
A foto em baixo é do Pashupati Nath Temple. Representações de Shiva.
terça-feira, junho 13, 2006
Kanchendzong (Est. Sikkim)
Depois de Tashiding, mais um trekking, agora no Kanchendzong National Park, onde subi aos 4200 m de altura, com o "trekkers hut", em Dzongri. Durou cerca de 5 dias.
Este trekking tem algumas características especiais, já que requer autorização especial e pelo menos um guia.
Ao tratar destes aspectos logísticos "por conta própria" (portanto sem uma agência), deparei-me, durante dois dias, com uma série de situações insólitas e muitas incertezas. Situações que nunca se sabe ao certo como acabam! "Espere o Inesperado" frase dirigida aos condutores do Sikkim é uma boa ajuda para muitas situações imprevistas...
Curiosamente, enquanto estava neste compasso de espera e ao ler o Borda
d'Agua, que trouxera comigo, deparo-me com esta quadra de Agostinho da Silva, referente ao mes em que realizo este trekking:
"'E ciencia subir aos Himalaias
e criar matematica sem fim
mas 'e cultura ve-la poesia
e ter os Himalaias dentro de mim."
Coincidendias, ou nao. :)
Além das questões logísticas há o tempo. O início das monções condiciona, quer pela chuva, quer devido às próprias nuvens, que muitas vezes nos impedem de ver as montanhas.
É ao nascer do Sol que as probabilidades de boa visualização são maiores, e muitas vezes únicas.
De manhã os "peregrinos da montanha" levantam-se bem cedo (cerca das 4:00 a.m.) para subir aos pontos de melhor visualização... e aguardar os acontecimentos...
Só no segundo dia consegui visualizá-las com alguma clareza, e durante um curto período de tempo; entre as 4:30 e as 5:00, sensivelmente.
Ficam alguns registos:
Namaste
Os caminhos;
e as montanhas!...
Este trekking tem algumas características especiais, já que requer autorização especial e pelo menos um guia.
Ao tratar destes aspectos logísticos "por conta própria" (portanto sem uma agência), deparei-me, durante dois dias, com uma série de situações insólitas e muitas incertezas. Situações que nunca se sabe ao certo como acabam! "Espere o Inesperado" frase dirigida aos condutores do Sikkim é uma boa ajuda para muitas situações imprevistas...
Curiosamente, enquanto estava neste compasso de espera e ao ler o Borda
d'Agua, que trouxera comigo, deparo-me com esta quadra de Agostinho da Silva, referente ao mes em que realizo este trekking:
"'E ciencia subir aos Himalaias
e criar matematica sem fim
mas 'e cultura ve-la poesia
e ter os Himalaias dentro de mim."
Coincidendias, ou nao. :)
Além das questões logísticas há o tempo. O início das monções condiciona, quer pela chuva, quer devido às próprias nuvens, que muitas vezes nos impedem de ver as montanhas.
É ao nascer do Sol que as probabilidades de boa visualização são maiores, e muitas vezes únicas.
De manhã os "peregrinos da montanha" levantam-se bem cedo (cerca das 4:00 a.m.) para subir aos pontos de melhor visualização... e aguardar os acontecimentos...
Só no segundo dia consegui visualizá-las com alguma clareza, e durante um curto período de tempo; entre as 4:30 e as 5:00, sensivelmente.
Ficam alguns registos:
Namaste
Os caminhos;
e as montanhas!...
sexta-feira, maio 19, 2006
Avisos aos visitantes
BUDISMO THERAVADA. VISITA DE AJAHN SUMEDHO A PORTUGAL.
A todos aqueles, que puderem participar nesta iniciativa, não percam esta bela oportunidade. Certamente será um marco especial na compreensão da espiritualidade; não como algo abstracto, mas como uma realidade concreta a ser vivida no dia-a-dia, como diz a frase "Plena atenção é o caminho para a Imortalidade".
Com os votos de que esta iniciativa ajude cada um de nós a aproximar-se cada vez mais da Verdade.
Namaste!
(Mais informações através do post de dia 2 de Maio)
STIRITUS SITE
Outro anuncio digno de registo e de atenção foi a "reabertura" do Spiritus Site, no principio deste mês! http://www.fundacaomaitreya.com/entrada.php
Daqui felicito todos aqueles que continuam a trabalhar neste projecto, destacando a total dedicação e trabalho da Maria Ferreira da Silva. A ela e a todos os outros,
O meu,
Bem Hajam!
PUBLICIDADE
Encontra-se disponível neste site o acesso a alguma publicidade, da responsabilidade do Google Adsense.
Não sendo pelas grandes quantidades que recebo (0.84 Euros primeira vez), acaba por ter a sua graça, pois é o único movimento positivo da minha conta, de há uns meses a esta parte! Sempre é uma ajuda para os gastos da net. Também é possível publicitar neste blog! Isto esta a tornar-se bem dinâmico!
A todos aqueles, que puderem participar nesta iniciativa, não percam esta bela oportunidade. Certamente será um marco especial na compreensão da espiritualidade; não como algo abstracto, mas como uma realidade concreta a ser vivida no dia-a-dia, como diz a frase "Plena atenção é o caminho para a Imortalidade".
Com os votos de que esta iniciativa ajude cada um de nós a aproximar-se cada vez mais da Verdade.
Namaste!
(Mais informações através do post de dia 2 de Maio)
STIRITUS SITE
Outro anuncio digno de registo e de atenção foi a "reabertura" do Spiritus Site, no principio deste mês! http://www.fundacaomaitreya.com/entrada.php
Daqui felicito todos aqueles que continuam a trabalhar neste projecto, destacando a total dedicação e trabalho da Maria Ferreira da Silva. A ela e a todos os outros,
O meu,
Bem Hajam!
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Não sendo pelas grandes quantidades que recebo (0.84 Euros primeira vez), acaba por ter a sua graça, pois é o único movimento positivo da minha conta, de há uns meses a esta parte! Sempre é uma ajuda para os gastos da net. Também é possível publicitar neste blog! Isto esta a tornar-se bem dinâmico!
quinta-feira, maio 18, 2006
Tashiding (Est. Sikkim)
Conhecendo Pema na subida para o mosteiro, vim a perceber que tinha uma casa vazia mesmo no topo do monte e junto ao mosteiro. Acabei por alugar a dita casa, onde já estou desde o dia 24 de Abril, para uma paragem.
Vim a perceber que este local esta profundamente ligado ao Guru Padmasambhava, a segunda figura do budismo (pelo menos na tradição tibetana), que viveu no séc. VIII e pelo que parece esteve em Tashiding durante algum tempo, sendo actualmente considerado pelos budistas como um local sagrado; principalmente a gruta, o crematório ou o próprio mosteiro.
Estou a ver se consigo fazer um novo trekking na direcção das montanhas, mas pedem muito dinheiro, cerca de 30 dólares diários, para os guias obrigatórios, impostos alimentação e estadia, mas este valor é demasiado, vamos ver como decorrerão as “negociações”.
A próxima paragem certamente que será o Nepal, já que na planície as temperaturas nesta altura do ano, não são muito agradáveis.
A todos os que tem paciência para ler este blog,
Namaste!
West Sikkim (Est. Sikkim)
Novo Trekking de três dias em West Sikkim. Pelling, Khecheopalri Lake, Yuksom e finalmente Tashiding.
Este trekking é bastante mais acessível que o anterior, onde as alturas andarão pelos 2000 mts. Grande parte do percurso passa por várias aldeias e pontos de interesse ligados ao budismo, com os seus mosteiros (Gompas) e as suas stupas, ou os reis do Sikkim - os Choyals.
Em Pelling consegue-se ver Khangchendzonga (assim o tempo o deixe). O nome deste monte significa “Cinco Tesouros das Neves”, e os habitantes de Sikkim acreditam que os seus cinco cumes escondem cinco tesouros - sal, minerais e pedras preciosas, cereais, armaduras invencíveis e escrituras sagradas.
Perto de Pelling existe um mosteiro, Pemayanse, com belos murais e imagens. Bem próximo fica Rabdentse, a segunda capital do Sikkim.
Em Khecheopalri Lake respira-se uma atmosfera muito especial. Este local é considerado sagrado tanto por budistas como por hindus (penso que a foto transmite um pouco do espírito daquele espaço).
Em Yuksom, que fora a primeira capital de Sikkim, ainda se pode ver o local da coroação do primeiro Chogyal, em 1641, por três lamas.
Tashiding que foi o último local deste trekking, tornou-se o início da próxima jornada (próxima postagem).
Como a história do Sikkim é algo curiosa, transcrevo este trecho do A. Express: “Sikkim - um reino com o estatuto de Protectorado Indiano ate 1975 - foi governado pelos Chogyals, budistas de origem tibetana, cuja dinastia começou no séc. XVII.
Porém, as políticas do Raj favorecendo a importação de mão-de-obra barata do vizinho Nepal para as culturas do arroz, cardamomo e chá - alteraram drasticamente a demografia do Sikkim.
Em breve, os nepaleses hindus constituíam 75% da população e, em 1975, os habitantes do Sikkim votaram arrasadoramente a favor da Republica Indiana, terminando assim, o reinado de Palden Thondup, o ultimo Chogyal.”
Gangtok (Est. Sikkim)
Gangtok, capital do estado do Sikkim.
Tem servido como centro logístico durante o tempo de permanência no Sikkim, como p.e. para tratar das extensões das autorizações de permanência, que são concedidas por períodos de quinze dias e um máximo de dois meses. Penso que estas normas terão muito a ver com a sua posição geográfica e fronteiras (China, Nepal e Butão). Outra das facilidades de Gangtok é a Internet, que no resto do estado por vezes é bem complicado de encontrar. Tivemos o prazer de visitar uma exposição de Orquídeas, que partilho com os visitantes deste blog (foto). O Sikkim tem mais de 450 diferentes variedades de Orquídeas!
"VIPASSANA" (Est. Sikkim)
Após tratar das respectivas autorizações para entrar no Estado do Sikkim, fomos para o centro Vipassana, para participar no “curso” Vipassana, de 10 dias de silêncio e meditação.
No centro estávamos três ocidentais e os restantes eram indianos. Havia pessoas das mais variadas religiões.
No local os participantes têm as condições mínimas, mas razoáveis.
Nem sempre é fácil estar em meditação por várias horas, procurando observar a respiração, os sankaras... a mente parece ter uma natural tendência para divagar e fugir do presente. Por vezes as dores tornam-se difíceis de suportar... mas parece que tudo isto faz parte do caminho! Não há que desanimar!
Tentarei fazer uma pequeno resumo do que consiste este curso, o que não é muito fácil:
À 2500 anos Buddha, descobriu e ensinou esta técnica. Como alguém que percorre um longo caminho até um determinado objectivo (Iluminação) e depois por uma grande compaixão e amor, volta para ensinar este mesmo caminho a todos aqueles que querem encontrar um meio para sair do sofrimento; do nosso sofrimento e daquele que provocamos àqueles que nos rodeiam.
O conhecimento desta técnica é, ou pode ser, um verdadeiro ponto de viragem, pois cada indivíduo experimenta directamente uma determinada “realidade” que desconhecia por completo!
É nessa “realidade” que se encontram a base da infelicidade e do sofrimento, que agora e pelos próprios meios e esforço, se pode trabalhar removendo as ilusões, até alcançar a real natureza da mente.
Como diz Goenka “Quando a mente está livre de condicionalismo, ela é: amor, puro amor, paz e felicidade”.
Esta técnica pode ser praticada por qualquer pessoa, de qualquer extracto sócio-cultural. Não é fé cega ou filosofia e não tem nada de religiões sectárias.
No final vimos um vídeo em que constatámos uma realidade que não esperava “de todo”!
A aplicação desta técnica no interior de uma das maiores prisões da Índia, Tihar.
O que começara com uma experiência de meia dúzia, estendeu-se a milhares que aderem de livre vontade. É impressionante!
Mais informacoes em:
www.dhamma.org ou www.vri.dhamma.org
O que dizem do coelhinho branco?
Singalila Nacional Park (Est. West Bengal)
Depois de Darjeeling o objectivo seguinte era um trekking de quatro dias no Singalila Nacional Park, entre a fronteira da Índia e o Nepal, com partes do percurso acima dos 3500 mts.
Experiência que requer alguma preparação física (que não tinha), pois há zonas bem inclinadas e prolongadas! As temperaturas baixam significativamente (uma das noites inclusive nevou) e o ar é um pouco mais rarefeito, os pontos de alimentação apesar de existirem não são abundantes.
As paisagens vão mudando à medida que se sobe para uma vegetação mais rara, acentuado pelo facto de ter havido um fogo que destruiu parte do Parque. O ponto mais alto foi em Sandakphu com cerca de 3700 mts, constituindo o meu record pessoal :).
O tempo nem sempre esteve muito limpo, mas lá se conseguiu ver o Khangchendzonga, a terceira montanha mais alta do mundo, e a maior da Índia, com os seus 8598 mts. É imponente e belo!
Neste trekking atravessámos uma aldeia, Srikhola, que não tem estradas, só pequenos carreiros sendo as mercadorias transportadas por cavalos. Esta aldeia fazia lembrar as aldeias do norte de Portugal.
Na foto, vêem-se dois checos, com quem partilhámos alguns percursos do trekking, e Silva com quem compartilhei um pouco da experiência aqui na Índia. No fim deste mês regressa à Eslovénia.
Muita força para esta nova fase! Um beijo, Silva.
Darjeeling (Est. West Bengal)
Ao chegar a Darjeeling tem-se a sensação de estar noutro pais, para dizer a verdade esta sensação repete-se muitas vezes.
Como imagens de marca de Darjeeling temos o famoso chá de Darjeeling com as suas plantações, ou o "mini"-comboio que leva nove horas para fazer 80kms desde Nova Jalpaiguri ate Darjeeling. Esta linha foi finalizada em 1881 e é classificada Património Mundial pela UNESCO. Pormenor a salientar é o facto dos comboios serem a vapor!
Em Darjeeling fica um campo de refugiados tibetanos, onde (dentro do possível) parece que têm a vida organizada. Têm produções de tapetes e outros produtos manufacturados.
Nos locais que visitámos vêem-se vários cartazes com "Chin'a ge't ou't of Tibe't" (o apostrofe é propositado), ou outro que informa que a Chin'a tem em sua posse (Vivo ou morto) uma criança e seus pais. Os Tibetanos acreditam que esta criança é a reencarnação da segunda mais alta autoridade do Tibe't, após o Dalai Lama (foto).
quarta-feira, maio 17, 2006
Kolkata (Est. West Bengal)
Kolkata é a capital do estado de Bengala Ocidental e, durante muito tempo, foi capital do Império Britânico na Índia.
Esta cidade não é muito fácil de definir pelos seus grandes contrastes, que a todo o momento se nos apresentam; tão fácil é ver os eléctricos ou o metro, como os riquexos puxados por pessoas, ou os belos edifícios e palácios da época imperial britânica e as muitas pessoas que dormem nas ruas...
Viver em Kolkata não é nada fácil: a partir de Março as temperaturas começam a tornar-se difíceis, quer de dia (onde no verão rondam os 40C), quer de noite (a temp. não baixa significativamente). Quer isto dizer que andamos sempre suados e como a poluição é significativa, torna-se pouco agradável ficar por aquelas paragens.
Dos locais que visitei posso destacar a Mother House, sede das missionárias da Caridade e onde está o corpo de Madre Teresa, numa sala bem simples. Esta instituição tem varias vertentes de actuação, como apoio a doentes, doentes terminais, doentes mentais, entre outras actividades. Muitas destas actividades são apoiadas por jovens de várias nacionalidades que aqui prestam voluntariado.
Tive oportunidade de conhecer um grupo de espanhóis que estavam a trabalhar na instituição. Foi com este grupo que partilhei algumas das experiências de Kolkata, como ver um espectáculo de dança tradicional de Bengala, ir a um bar (bem europeu), ou receber um abraço de Amma, que estava em “digressão”.
Amma, uma "líder" de um ashram no Kerala e promotora de várias acções de solidariedade, que no final destes encontros abraça todos os participantes, um por um. Inicialmente achei um pouco estranho, mas depois pensei “Quem é que não gosta de um bom abraço?” Acabou por ser um abraço caloroso!... :)
Visitei outras áreas da cidade como o Jardim Botânico, que tem a segunda maior árvore do mundo (banyan), o mercado das flores, ou o museu do estado, onde entre as várias peças destaco as representações de Maitreya - o futuro Buddha, que ainda não nasceu (foto). Um pouco afastado do centro da cidade, em Belur Math, fica a sede Ramakrishna Mission, onde se destaca o espírito ecuménico, que era um dos “ensinamentos” do seu fundador, Ramakrishna. Este espírito é bem visível na própria arquitectura dos edifícios e templos, onde se misturam motivos das diferentes religiões.
Não foi possível conhecer o interior dos templos, pois quando cheguei no final da manha, já estavam fechados (encerram das 11:30 as 16:00). Talvez noutra ocasião.
http://www.sriramakrishna.org/
De resto o que mais importante havia a fazer era encontrar um local mais fresco. Foi o que fizemos (eu e Silva) indo em direcção às montanhas!
terça-feira, maio 02, 2006
Budismo Theravada (Hīnayāna)
Virá a Portugal de 1 a 14 de Junho Phra Rāja Sumedhācariya ou Ajahn Sumedho, Fundador dos primeiros Mosteiros Budistas Theravada da Tradição da Floresta no Ocidente (Reino Unido) e Mentor de muitos outros em diversos países ( EUA, Suiça,…).
“Plena atenção é o Caminho
para a Imortalidade.”
Mais Informação através deste documento PDF ou Através do Spiritus Site
domingo, março 19, 2006
Puri (Est. Orissa)
Cidade balnear e de peregrinação: aqui existe o templo hindu de Jagannath ( O senhor do Universo) uma encarnação de Vishnu. Segundo o guia A. Express, já que não é permitida entrada a não-hindus; "6000 sacerdotes residentes executam os rituais diários"!!!... e parece que tem mais de 400 cozinheiros!!!... A representação de Jagannath e outras divindades adoradas neste templo, parecem provir de origem tribal, tornando-as muito diferentes do comum. Parecem ter sido feitas por crianças ou figuras para desenhos animados.
A estadia em Puri foi relativamente tranquila, certamente bem diferente da próxima paragem: Kolkata (Calcuta).
Namaste!
A estadia em Puri foi relativamente tranquila, certamente bem diferente da próxima paragem: Kolkata (Calcuta).
Namaste!
Dhauli (Est. Orissa)
Acerca deste local farei uma transcrição directa e integral do guia A. Express:
"Esta stupa branca budista em verdes campos de arroz nas margens do rio Daya assinala o sitio da sangrenta batalha de Kalinga no ano 260 a.C., levada a cabo por um dos maiores soberanos indianos, o imperador Ashoka. Este venceu a batalha, mas a carnificina e a miséria infringidas ao povo encheram-no de remorsos, levando-o a uma mudança interior radical. Após a batalha, abdicou da digvijaya (conquista militar) em favor da dharmavijaya (conquista espiritual), abraçou o Budismo e espalhou os seus ensinamentos por todo o império. Num dos edictos, na base do monte Dhauli, pode ler-se: "Todos os homens são meus filhos", e encoraja os seus oficiais a assegurarem a imparcialidade, não-violência, justiça e compaixão na administração do império. O topo da rocha tem a forma de uma cabeça de elefante, simbolizando o dharma budista. Esta é uma das esculturas mais antigas do subcontinente. A enorme Stupa Shanti (foto) (Pagode da paz) no cimo do monte, foi edificada pelos budistas japoneses no inicio de 1970."
Esta viagem, de moto foi partilhada com Tobias, um espanhol de Mallorca que conhecera em Tiruvannamalai.
Nota: Kalinga actualmente chama-se Orissa.
Konarak (Est. Orissa)
Um dos mais conhecidos templos de Orissa, construído no século XII, pela dinastia Ganga Oriental, em honra ao deus Sol, Surya.
Para além de todo o trabalho de pormenor e detalhe, a sensação de que todo aquele templo está em movimento, através de vários elementos: as rodas, os cavalos que os "puxam", os elefantes, as estátuas eróticas... (não será por acaso que se chamas Rathas, que significa "carros"). Parece que o interior seria o contrário, uma espécie de representação do repouso, o qual não posso confirmar com precisão, já que está fechado e cheio de areia e pedras: forma encontrada para evitar o seu colapso.
Certamente que haveria muito a falar acerca deste templo.
Amaravati (Est. Andhra Pradesh)
Paragem breve no estado de Andhra Pradesh, para visita à Stupa de Amaravati. Segundo o guia A. Express "Celebre pela Maha Chaitya, ou "Grande Stupa", Amaravati foi outrora um dos mais impressionantes locais budistas do vale do Krishna.
Tendo sido construida pelos Satavahnas, a dinastia de Andhra nos seculos III-II a.C. a Maha Chaitya foi considerada a maior e mais elaborada stupa do Sul da Índia, dela só resta hoje, infelizmente, um outeiro".
Isto leva-me a questionar o quão bonita não seria aquela construção! Muito dela esta espalhada por vários museus.
No inicio do ano houve um retiro tibetano, com a presença do Dalai Lama, facto ainda visível pela presença dos panos estendidos com as orações e representações da vida de Buddha, transmitindo um ambiente de festividade e celebração, como se pode ver na foto.
Relativamente próximo estão a construir um buddha (em posição de lotus) de grandes dimensões.
quarta-feira, março 08, 2006
Chennai 3
(NOTA: LER PRIMEIRO "CHENNAI 1", DEPOIS "CHENNAI 2" E NO FINAL "CHENNAI 3")
Um dos marcos de Chennai é a Sociedade Teosófica, fundada por Madame Blavatsky (russa) e Olcott (americano). Aqui tive uma conversa muito interessante com o sr. Conrad, natural da Nova Zelândia, acerca da Sociedade e seus propósitos...
Abaixo deixo os três principais objectivos da Sociedade, em inglês, que me parecem de grande humanidade...:
"1. To form a nucleus of the Universal Brotherhood of Humanity, Without distinction of race, cread, sex, caste or colour.
2. To encourage the study of Comparative Religion, Philosophy and Science.
3. To investigate unexplained laws of Nature and powers latent in man."
No interior pode-se observar representações dos vários credos, (foto) existindo mesmos vários templos de diferentes religiões... acho isto muito interessante...
A inscrição de maior destaque 'e: "There is no religion higher than Truth"
Sem os descrever, refiro apenas outros locais com interesse em Chennai: Ice House, o Museu do Governo, O Forte de S. Jorge, o templo hindu, a mesquita muçulmana, onde fui bem recebido (com umas pequenas resistências iniciais) e pude conhecer um pouco desta religião... afinal Deus é o mesmo, as formas de chegar a Ele é que parecem que tem algumas diferenças, pelo menos aparentemente...
Chennai, anteriormente conhecida por Madras, é a capital do Estado do Tamil Nadu a quarta maior cidade da Índia, onde se fala o Tamil e o Inglês. Ao largo encontra-se o Golfo de Bengala. Tem uma óptima cozinha vegetariana da qual estou a ficar adepto!
Por falar em vegetariano e para os amigos vegetarianos: é mais fácil encontrar um restaurante vegetariano que não-vegetariano, interessante não? E o que dizer por uma refeição "à discrição" E pagar 21 rupias, que é menos que 50 cêntimos, interessante não? Pois é, isto é a Índia.
Chennai 2
O "Little Mount" como o próprio nome indica é um pequeno monte, onde existe uma gruta acolhedora, onde São Tomé terá morrido depois de ser mortalmente ferido com uma lança. Seria este o local onde se recolhia habitualmente. Junto à gruta existe uma cruz que terá sido esculpida pelo próprio Tomé e por cima do local mais uma capela construída pelos Portugueses.
Em Mylapore, que significa a "cidade dos pavões" existe uma basílica construída em estilo gótico e ao que parece também com apoio Português, em 1898. Atrás da basílica, numa pequena capela, fica o túmulo com os restos mortais (pelos vistos poucos). Por cima existe um museu, onde se pode ver restos da lança que terá morto Tomé e alguns aspectos da presença Portuguesa, entre outros; não deixa de ser interessante verificar esta relação.
Existem várias lendas e episódios fantásticos relacionados com Tome.
Por falar de São Tome, deixo o link para "O evangelho de São Tomé", encontrado em Nag Hammadi, em 1945. Diga-se que não é de fácil compreensão! Pelo menos para mim...
Actualmente a presença Portuguesa está muito esquecida e apagada, por vezes fico com a sensação de que existe algo a ser feito nas relações Portugal-India... de forma a corrigir alguns aspectos menos positivos do passado e realçar aquilo que existiu e existe de positivo e avançar para novas paragens (ideias...).
Chennai 1 (Est. Tamil Nadu)
Estadia em local sugestivo: Paradise G.H.!
Visitei vários locais relacionados com a presença de São Tomé e onde se pode constatar a relação entre estes locais mais marcantes da vida de Tomé e a presença portuguesa, principalmente durante o séc. XVI, onde foram construídas várias igrejas...
São Tomé terá pregado no local, hoje conhecido como Monte de São Tomé, onde existe a igreja da "Senhora da Expectação". Destaco uma cruz (Foto) que terá sido trazida por Tomé da Palestina.
Mamalapuram (Est. Tamil Nadu)
Classificada como Património Mundial, com vários monumentos da Dinastia Pallava, no séc. VII e posteriores. Vários templos escavados nas rochas e vários baixos-relevos com representações dos livros sagrados do Hinduismo.
O "Templo da costa", construído sobre a praia, os baixos-relevos conhecidos e representando a "Descida do Ganges", o templo escavado no granito de Mahishasuramardini, com painéis de Durga (a forma temível e guerreira de Parvati) montada no seu leão e subjugando o demónio-búfalo Mahisha. Este painel parece emanar vida e movimento, em contraste com o do sul, que retrata Vishnu em profunda meditação antes de criar o mundo.
Um pormenor interessante que aqui se pode verificar, sobre Durga e Mahisha, são representados chapéus (de sol), símbolo de realeza, para melhor serem identificados pelos soldados durante as batalhas.
Os famosos "Panch rathas" ("five rathas" ou melhor "cinco carros"), também são de grande beleza, entre outros monumentos existentes.
Muito interessante de se ver é a grande quantidade de ateliers de escultura existentes em Mamalapuram, onde se trabalha a pedra com grande qualidade!
Ali ao lado uma bela praia... que me chamava para um belo banho (Golfo de Bengala).
Nota: Não existem fotos de Pondicherry e Mamalapuram por dificuldades técnicas só resolvidas em Chennai. O Elefante é uma foto tirada no templo de Madurai.
quarta-feira, março 01, 2006
Pondicherry (Est. Tamil Nadu)
Após 15 dias em Tiruvanamalai em contacto com as boas vibrações do Arunachala, desloquei-me para Pondicherry, no dia 26. Antiga colónia Francesa, onde ainda se respira um certo sabor a França, através dos nomes das ruas, nas fardas dos polícias (que tem um boné vermelho, que só existe aqui), nos edifícios, nos restaurantes (que não experimentei)...
A grande atracão de Pondicherry é o ashram de Sri Aurobindo, fundado em 1926, como retiro de paz e tranquilidade. No pátio principal encontra-se o Samadhi, onde estão os corpos de Aurobindo e Mirra Alfassa, conhecida como a "mãe". Local coberto com flores e sob uma bela árvore, sendo visitado por muitas pessoas que ali prestam a sua devoção. Aurobindo tem vários livros escritos, mas destacam-se os estudos onde popularizou os princípios do ioga.
Para uma ideia mais aprofundada deixo o link, onde se encontra um resumo do seu pensamento, escrito pelo próprio!
A grande atracão de Pondicherry é o ashram de Sri Aurobindo, fundado em 1926, como retiro de paz e tranquilidade. No pátio principal encontra-se o Samadhi, onde estão os corpos de Aurobindo e Mirra Alfassa, conhecida como a "mãe". Local coberto com flores e sob uma bela árvore, sendo visitado por muitas pessoas que ali prestam a sua devoção. Aurobindo tem vários livros escritos, mas destacam-se os estudos onde popularizou os princípios do ioga.
Para uma ideia mais aprofundada deixo o link, onde se encontra um resumo do seu pensamento, escrito pelo próprio!
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Topo (Arunachala - Tamil Nadu)
Subida ao Arunachala com o Krishnamurti, que foi o meu guia, dia 14/2/06.
Saudações da Índia, a todos vós, viajantes!
Namaste!
Abaixo encontra-se um pequeno trexo, que reflete a base do pensamento de Ramana Maharshi, em inghes, do Livro "Who am I?", num esquema de pergunta-resposta:
"1. Who am I?
The gross boby which is composed of the sevan humours (dhatus), I am not; the five cognitive sense organs, viz., the senses of hearing, touch, sight, taste and smell, which apprehend their respective objects, viz, sound, touch, colour, taste and odour, I am not; the five cognative sense organs, viz., the organs of speech, locomotion, grasping, excretion and procreation, which have as their respective functions, speaking, moving, grasping, excreting and enjoying, I am not; the five vital airs, prana, etc., which perform respectively the five functions of in-breathing, etc., I am not; even the mind which thinks, I am not; the nescience too, which is endowed only with the residual impressions of objects and in which there are no objects and no functionings, I am not.
2 If I am none of these, then who am I?
After negating all of the above mentioned as "not this", "not this", that Awareness which alone remains - that I am.
3 What is the nature of Awareness?
The nature of Awareness is Existence-Consciousness-Bliss."
(...)
Templo (Tiruvanamalai - Est. Tamil Nadu)
Estadia em Tiruvanamalai no Ashram de Ramana Maharshi, duas noites. Tem sido uma descoberta interessante, Ramana viveu aqui, porque queria estar perto do templo e próximo do Monte de Arunachala, monte sagrado onde Shiva apareceu como coluna de fogo...
Ramana viveu vários anos neste monte, numa pequena gruta, onde praticava meditação e escreveu vários livros... é tido como uma grande referência, quer por orientais, quer por ocidentais que aqui vêm.
Em volta do monte faz-se uma caminhada peregrina de 14 Kms, nos dias de lua cheia que este mês foi no domingo passado, na qual também participei com o Fernando. O Fernando é um brasileiro que conheci (por acaso, ou não) com quem foi muito positivo conversar. Um abraço para o Fernando.
LER COMENTARIO DESTE "POST" - PENSAMENTOS DE RAMANA MAHARSHI
OBRIGADO :)
Lotus (Madurai - Est. Tamil Nadu)
Tea (Munnur - Est. Kerala)
Visita às Plantações de tea, construídas pelos ingleses. Estas plantações estão instaladas nos Gates (montanhas) a grande altitude (Cerca de 2000 m). São 24000 hectares em plantações de Chá o que forma um gigantesco jardim, que cobre as colinas e os vales.
Conheci Silva da Eslovénia, ao contrário do que pode parecer à primeira vista é uma rapariga a quem mando um beijinho. Na Índia há muitos viajantes de vários meses que vou encontrando ao longo desta viagem, normalmente são pessoas muito bonitas e interessantes, com quem partilhamos algum tempo, mas que poderei não mais voltar a ver... ou não!
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